“A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas. Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis.” (Atos 2:32-33)
Pedro foi discípulo de Jesus desde a primeira hora. Segundo Lucas, foi chamado enquanto pescava no Mar da Galileia, também conhecido como Mar de Tiberíades.
Entretanto, seu comportamento sempre foi oscilante. Impetuoso, tomava decisões apressadas, muitas vezes contrárias à missão de Cristo na terra, que era ser imolado como o Cordeiro Pascal — o sacrifício eterno e definitivo para a salvação do mundo.
Pedro não aceitou com facilidade quando Jesus revelou o que haveria de acontecer para cumprir os desígnios do Pai: que seria morto, mas ao terceiro dia ressuscitaria.
“E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá. Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens.” (Mateus 16:22-23)
No monte da transfiguração, ao ver Jesus com Elias e Moisés, Pedro quis permanecer ali, fora da realidade da missão que os aguardava.
“Então, disse Pedro a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas: uma será tua, outra para Moisés, e outra para Elias.” (Mateus 17:4)
Mais adiante, no momento da prisão de Jesus e seu julgamento no Sinédrio, aquele que dizia ser o mais fiel dos discípulos negou o Mestre três vezes antes que o galo cantasse. E quando Maria Madalena anunciou que o corpo de Jesus não estava mais no sepulcro, Pedro e João correram até lá, constataram o fato, mas retornaram à casa onde estavam hospedados, sem ainda compreenderem o significado da ressurreição.
Contudo, Jesus não desistiu de Pedro. Após a ressurreição, foi novamente ao seu encontro, no Mar de Tiberíades. Ali, Pedro se arrependeu e se converteu, conforme narrado no evangelho de João, em uma comovente conversa com o Ressuscitado.
Mais tarde, como registrado no Livro de Atos, os discípulos, sob a liderança de Pedro, estavam reunidos em Jerusalém aguardando o cumprimento da promessa de Jesus: a descida do Espírito Santo.
No dia de Pentecostes, Pedro foi profundamente transformado. Aquele homem antes inconstante e vacilante passou a cumprir, com ousadia e poder, o propósito para o qual fora chamado: ser testemunha da vida, morte e ressurreição de Cristo. Tornou-se pregador fervoroso e ganhador de almas para Jesus.
“Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos? Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.” (Atos 2:37-38)
Como resultado, mais de três mil pessoas se converteram naquele dia, e assim começou a se formar a Igreja de Jesus Cristo, à qual pertencemos como fiéis seguidores.
A transformação operada na vida de Pedro é a mesma que pode ocorrer na nossa, porque Jesus não desiste de nós. Basta que façamos o mesmo: arrependamo-nos de nossos pecados e convertamo-nos a Jesus Cristo, para sermos suas testemunhas em todos os lugares — até os confins da terra.