
A dor tornou-se o novo vilão da sociedade moderna. Ela precisa ser combatida imediatamente, eliminada a qualquer custo. Mas será que estamos agindo da forma mais saudável?
A dor: o professor esquecido
A dor não é o inimigo, mas sim um mensageiro. A dor aguda:
Alerta o corpo sobre danos ou perigo iminente.
Ativa o sistema nervoso simpático — preparando o corpo para lutar ou fugir.
Estimula comportamentos de proteção e repouso, fundamentais para a regeneração.
Sem dor, o corpo continua exposto a lesões. Em doenças raras como a insensibilidade congênita à dor, pessoas se mutilam sem perceber. A dor nos ensina a parar, cuidar, adaptar e mudar.
Mas estamos sufocando essa lição.
Analgésicos comuns como paracetamol e dipirona, opioides como oxicodona e fentanil, e até antidepressivos e anticonvulsivantes são receitados rotineiramente para suprimir qualquer traço de dor. O que isso está causando?
Suprimir a dor = mais dor no futuro
Estudos mostram que a supressão constante da dor pode causar hiperalgesia induzida por opioides — ou seja, o cérebro fica mais sensível à dor. Isso ocorre porque o sistema nervoso não aprende a lidar com o sofrimento, perdendo a capacidade natural de resiliência.
Além disso, a dor está ligada à neuroplasticidade — a capacidade do cérebro de se reorganizar. Ao evitarmos toda dor, deixamos de treinar nosso cérebro para se adaptar. Ficamos mais frágeis, emocionalmente e fisicamente.
Um estudo publicado na revista Pain (NIH, 2017) mostrou que ratos que passaram por experiências dolorosas moderadas apresentaram maior resistência a futuras lesões, com ativação de genes relacionados à proteção neural.
A epigenética e a dor
A dor também atua no nível epigenético. Estímulos dolorosos modulam marcadores epigenéticos no DNA, especialmente em genes ligados ao sistema imunológico, inflamação e percepção sensorial. Esses marcadores ensinam o corpo a reagir de forma mais inteligente — a dor, quando bem administrada, pode ativar mecanismos de regeneração.
Mas ao bloqueá-la compulsivamente, estamos impedindo que esses genes sejam “ligados”. A consequência é o aumento de doenças crônicas, inflamações silenciosas e distúrbios do sistema nervoso central.
Esquecemos as terapias antigas
Mudanças de hábitos, jejum, repouso, banho de sol, compressas, chás, toque humano, silêncio… essas práticas eram os remédios do passado. Hoje, quando um médico sugere alimentação saudável ou meditação como cura, é considerado “fraquinho”. Espera-se uma pílula milagrosa, mesmo que o corpo esteja gritando por outra coisa.
A Terapia Centrada no Ambiente (TCA)
Na Penumbroterapia Holística Epigenética, desenvolvida dentro da abordagem TCA (Terapia Centrada no Ambiente), propõe-se um reencontro com o corpo através de estímulos naturais. Aqui, a dor não é sufocada, mas respeitada e compreendida.
Utiliza-se o escuro, o silêncio, a quietude, o jejum intermitente, os íons naturais da floresta e da água, como formas de retomar o eixo neuroemocional. A dor é acolhida, observada e ressignificada.
A terapia promove ambientes de cura, onde o corpo aprende a reagir, sem a pressa artificial do comprimido. Assim, o cérebro ativa circuitos de resiliência, fé, enfrentamento e restauração, que são próprios da biologia humana.
Conclusão
Evitar a dor a qualquer custo está nos adoecendo. A dor é essencial. Ensina o corpo a reagir, fortalece o sistema nervoso e ativa genes que curam. O caminho da verdadeira saúde talvez passe por um reencontro com o que tentamos tanto evitar: o sentir.
A verdadeira cura começa quando paramos de silenciar o corpo e começamos a ouvi-lo.