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Golpe com e-mails patrocinados simula mensagens dos Correios para roubar dados

Essa prática é um tipo de phishing, golpe virtual em que criminosos coletam informações para aplicar fraudes.

Fonte: Com informações do Jornal Nacional
Golpistas pagam ao Google pelo disparo de e-mails patrocinados com armadilhas (Foto: Jornal Nacional/ Reprodução)

Golpistas estão levando as fraudes virtuais a um novo patamar, agora por meio de e-mails patrocinados — ou seja, mensagens pagas e impulsionadas por plataformas como o Gmail. Em um dos golpes mais recentes, criminosos utilizaram a identidade visual dos Correios para enganar usuários e aplicar fraudes por meio de e-mails aparentemente legítimos, mas que escondem armadilhas de roubo de dados.

Como funciona o golpe

O e-mail fraudulento, enviado com o selo de “patrocinado”, exibe o nome “Portal Encomendas” e a logomarca dos Correios, com o título chamativo informando que uma suposta encomenda está “aguardando regularização”. O conteúdo induz o destinatário a clicar em um link, onde é direcionado a um site falso que solicita dados pessoais como nome, endereço, telefone, CPF, identidade e até passaporte, sob o pretexto de liberar a encomenda.

Essa prática é um tipo de phishing, golpe virtual em que criminosos coletam informações para aplicar fraudes posteriores, como compras em nome da vítima ou abertura de contas falsas.

O caso de um CNPJ usado indevidamente

A reportagem do Jornal Nacional revelou que o remetente do e-mail patrocinado utilizava o nome de uma mulher e um CNPJ de microempresa registrada em Espera Feliz (MG), de titularidade da doméstica Ana Lívia Ferreira Alves. Ao ser localizada, ela afirmou desconhecer completamente o uso de seus dados:

“Meu e-mail é pessoal, não tenho conhecimento técnico para fazer isso, nem motivo para enviar qualquer coisa”, disse Ana Lívia.

Apesar disso, a plataforma do Google aceitou o pagamento e impulsionou os e-mails, mesmo com o CNPJ não correspondente aos Correios.

Repercussão e críticas

O caso gerou críticas à política de verificação das plataformas digitais. Especialistas apontam falhas no processo de checagem dos anunciantes, que deveriam proteger os consumidores de fraudes:

“O provedor assume uma função de garantidor quando impulsiona um conteúdo. Se oferece esse serviço, precisa garantir que ele seja seguro e de qualidade”, afirma Mauro Ellovitch, promotor do Grupo de Combate a Crimes Cibernéticos.

A Google declarou que possui políticas rigorosas de publicidade e utiliza inteligência artificial e revisão humana para detectar irregularidades. Segundo a empresa, mais de 200 milhões de anúncios foram removidos apenas em 2024 por violarem essas regras.

Alerta dos Correios

Os Correios reforçaram que não enviam e-mails, SMS ou mensagens via WhatsApp para informar sobre objetos retidos, bloqueios ou necessidade de pagamento de taxas. A recomendação é que os usuários utilizem apenas canais oficiais, como o site correios.com.br ou o aplicativo dos Correios, para rastrear encomendas e efetuar pagamentos com segurança.

Vítima relata prejuízo

A auxiliar administrativa Maria Alice Socorro caiu em um golpe semelhante. Após receber um e-mail falso dos Correios e acreditar na veracidade da mensagem, ela pagou mais de R$ 400 em taxas fictícias.

“Era tudo muito convincente. A comunicação, o visual… você realmente acredita que está lidando com um atendente oficial. Só percebi o golpe tarde demais”, relatou a vítima.


Como se proteger

  • Desconfie de mensagens com tom de urgência ou que solicitam dados pessoais.

  • Verifique o remetente do e-mail e busque erros de português ou inconsistências.

  • Nunca clique em links suspeitos. Acesse diretamente o site oficial.

  • Em caso de dúvidas, consulte os canais oficiais dos Correios ou da empresa envolvida.

  • Denuncie e-mails fraudulentos nas plataformas de e-mail e, se necessário, procure a Polícia Civil ou Federal.

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