Luciano da Silva Bento, de 30 anos, apontado como principal suspeito de matar a adolescente Gyovanna Aline Lopes Ribeiro, de 15 anos, durante um roubo de celular em Hortolândia (SP), se entregou à polícia nesta quarta-feira (2). Ele se apresentou espontaneamente ao 6º Distrito Policial de Campinas, acompanhado de um advogado.
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito possuía um mandado de prisão em aberto por tentativa de latrocínio ocorrida em Campinas no dia 15 de junho. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou que Luciano tem dez passagens pela polícia, por crimes como roubo, tráfico de drogas e posse irregular de arma de uso restrito. A primeira infração registrada contra ele ocorreu ainda na adolescência.
Durante o interrogatório, Luciano permaneceu em silêncio. A defesa afirma que ele não tem envolvimento com o crime em Hortolândia.
Investigação e identificação
Em coletiva realizada nesta quinta-feira (3), o delegado João Jorge Ferreira da Silva, do 1º Distrito Policial de Hortolândia, afirmou que a testemunha-chave foi a amiga que acompanhava Gyovanna no momento do crime. O depoimento da jovem, aliado a imagens de câmeras de segurança e diligências da polícia, ajudou a identificar o suspeito.
“A oitiva da garota, da sobrevivente, não só foi decisiva como determinante. Já tínhamos elementos de autoria pelas imagens e acompanhamento das motos, mas o relato foi fundamental”, disse o delegado.
Imagens de câmeras mostram as duas adolescentes caminhando pela rua momentos antes do crime. Em seguida, um motociclista aparece na cena, que seria o suspeito. Após a abordagem, ele foge do local sozinho, e a amiga de Gyovanna é vista correndo até um carro para pedir ajuda.
Dinâmica do crime
Segundo o relato da amiga, o homem se aproximou em uma moto e anunciou o assalto, exigindo os celulares das duas. Gyovanna teria tentado reagir, empurrando o suspeito da motocicleta. Ele atirou e fugiu. A adolescente foi baleada e morreu no local. A amiga conseguiu escapar.
A mãe da jovem sobrevivente contou à imprensa que a filha percebeu a aproximação suspeita do motociclista e chegou a alertar Gyovanna pouco antes da abordagem:
“Ela pediu para irem por uma avenida mais movimentada, mas a Gyovanna disse que não precisava, que ali ninguém roubava. Poucos segundos depois, aconteceu tudo”, relatou.
A Polícia Civil investiga o caso como latrocínio (roubo seguido de morte). Caso seja confirmado, será o primeiro do tipo registrado em Hortolândia desde outubro de 2023, segundo dados da SSP.
Gyovanna foi velada e sepultada na última terça-feira (1º). Familiares e amigos lamentaram a morte precoce da jovem, que sonhava com a faculdade e tinha planos de viajar. O crime provocou comoção na cidade.
As investigações continuam em andamento, e o suspeito permanece preso.