Condenado por feminicídio ameaça promotor e irmã da vítima durante julgamento

Réu matou ex com golpes de faca e sinais de asfixia, motivado por não aceitar o fim do relacionamento.

Fonte: Com informações de Iris Costa - g1 PE
Priscila Monique Laurindo foi morta pelo ex-companheiro (Foto: Reprodução)

A Justiça de Pernambuco condenou, nesta sexta-feira (25), Jorge Bezerra da Silva a 29 anos e 8 meses de prisão em regime fechado pelo feminicídio da ex-companheira, Priscilla Monnick Laurindo da Silva, de 26 anos. O crime ocorreu em janeiro de 2022, na casa onde o casal vivia, no bairro do Zumbi, Zona Oeste do Recife.

Durante o júri popular, realizado no Fórum Thomaz de Aquino, no Centro da capital, o réu protagonizou momentos de tensão. Jorge foi retirado do plenário após ameaçar o promotor do caso e gritar com familiares da vítima. Ele chegou a dizer, em voz alta, que “mataria a irmã de Priscilla”, a testemunha Vitória da Silva Souza. A atitude levou o juiz Abner Apolinário da Silva a ordenar a retirada imediata do réu, que foi mantido sob custódia nos átrios do fórum.

“O comportamento foi de absoluta arrogância. Em quase 30 anos de magistratura, nunca vi alguém tão petulante em julgamento. Ele ameaçou o promotor, a família, é inadmissível”, declarou o juiz durante a sentença.

Segundo a denúncia do Ministério Público, Jorge assassinou Priscilla com golpes de faca no pescoço e sinais de asfixia, motivado por não aceitar o fim do relacionamento. O magistrado também destacou que o réu já respondia a um processo anterior por tentativa de feminicídio contra a mesma vítima, o que pesou no agravamento da pena.

Em sua decisão, o juiz destacou o aspecto estrutural do feminicídio e a violência de gênero como prática de desumanização da mulher:

“Quem ama não mata. Quem ama cuida. O feminicídio é uma ‘cultura’ que dilacera direitos e reduz a mulher a um nada humano, coisificando-a como um troféu abominável do machismo”, escreveu Abner Apolinário.

Relembre o caso

Priscilla Monnick foi encontrada morta dentro de casa no dia 23 de janeiro de 2022. O corpo foi descoberto por familiares, com ferimentos no pescoço e sinais de estrangulamento. Vizinhos relataram que o sogro da vítima encontrou a residência vazia e estranhou a ausência do filho, que havia deixado uma das filhas do casal, de 10 meses, sob seus cuidados.

Após cometer o crime, Jorge Bezerra fugiu e só foi localizado meses depois, em setembro de 2022, no município de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste do estado, durante uma operação da Polícia Civil.

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