Brasil sai do Mapa da Fome da ONU após queda histórica na subnutrição

O resultado retira novamente o país do Mapa da Fome da ONU, após um período de retrocesso

Fonte: Da redação

Menos de 2,5% da população brasileira esteve em risco de subnutrição ou sem acesso suficiente a alimentos no triênio 2022-2024, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (28) pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e outras agências parceiras. O resultado retira novamente o país do Mapa da Fome da ONU, após um período de retrocesso registrado no triênio 2019-2021, quando a insegurança alimentar havia voltado a crescer.

A melhora foi anunciada durante cúpula em Adis Abeba, na Etiópia, junto com a nova edição do relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo”. A saída do Brasil do Mapa da Fome era uma das metas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que havia prometido alcançar o objetivo até 2026, último ano de seu mandato.

Segundo a FAO, o país já mostrava sinais de recuperação desde 2023, quando o índice de subnutrição recuou de 4,2% para 3,9%. O patamar de 2,5% é o limite usado pela ONU para classificar um país fora do Mapa da Fome. Quando a taxa fica abaixo desse nível, a entidade deixa de divulgar números absolutos de pessoas em situação de insegurança alimentar — mas, no período anterior, estimava-se que 8,4 milhões de brasileiros enfrentavam a fome.

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, atribuiu a melhora ao plano Brasil Sem Fome, lançado em agosto de 2023. A estratégia reúne políticas como transferência de renda (incluindo o Bolsa Família), incentivo à agricultura familiar e aquisição de alimentos para programas sociais. Ao todo, 24 ministérios participam da iniciativa, que articula ações com estados e municípios.

“Essa vitória é fruto de políticas públicas eficazes. Todas as políticas sociais trabalhando juntas para ter um Brasil sem fome”, disse Dias. Na semana passada, o próprio presidente Lula já havia antecipado o resultado, afirmando que o país deixaria o Mapa da Fome novamente.

O Bolsa Família, principal programa social do governo, atende atualmente 19,6 milhões de famílias, o menor número desde a reformulação do benefício em março de 2023. Segundo o governo, quase 1 milhão de famílias deixaram o programa devido ao aumento de renda domiciliar, refletindo melhora nas condições socioeconômicas.

Além do avanço interno, o Brasil tem buscado projetar suas políticas sociais no cenário internacional. Em 2023, durante sua presidência do G20, o país lançou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa que pretende compartilhar recursos e experiências bem-sucedidas de combate à insegurança alimentar com nações mais pobres.

Com os novos dados, o Brasil volta a ocupar posição de destaque no combate à fome, mas especialistas alertam que o desafio da segurança alimentar permanece, exigindo políticas contínuas para garantir que o país não volte a figurar no Mapa da Fome nos próximos anos.

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