Mantida prisão de influenciadora suspeita de criar lista para matar delegado, deputado e jornalistas

Tainá Sousa foi presa na sexta-feira (1º), após polícia encontrar conversas dela que sugerem execução de desafetos.

Fonte: Aidê Rocha

Em mensagem no WhatsApp, Tainá Sousa teria comemorado a morte do jornalista Luís Cardoso (Foto: Divulgação)

A influenciadora digital Andressa Tainá Lima de Sousa, de 30 anos, alvo de uma operação contra jogos de azar, lavagem de dinheiro e organização criminosa, teve sua prisão mantida durante audiência de custódia, ocorrida na manhã desse sábado (2), e já foi encaminhada ao sistema penitenciário.

Tainá Sousa, como é conhecida, foi capturada na tarde de sexta-feira (1º), em um escritório de advocacia, no bairro do Calhau, por policiais civis do Departamento de Combate aos Crimes Tecnológicos (DCCT), da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), após ter sua prisão preventiva decretada.

De acordo com a polícia, foram encontradas em um celular, apreendido durante a operação “Dinheiro Sujo”, deflagrada em desfavor da influenciadora e outras cinco pessoas ligadas a ela, troca de mensagens dela apontando um parlamentar, um delegado e dois profissionais da imprensa como supostamente marcados para morrer.

Entre os nomes que seriam alvos de uma possível ação criminosa comandada por Tainá, estavam o deputado estadual Yglésio Moysés, o jornalista Domingos Costa e o próprio delegado Pedro Adão, responsável pelas investigações. Todos atuavam contra a prática dos jogos de azar e, ao que tudo indica, incomodavam a suspeita.

Segundo publicado pelo portal O Informante, em um dos trechos de uma conversa realizada com o pai, a influenciadora fala sobre a morte de um homem chamado apenas de Cardoso e comemora falando que “Um já foi, faltam quatro”. O fato chamou atenção da polícia, que trabalha para esclarecer se o caso se tratou apenas de um desejo ou uma ameaça.

A pessoa citada por Tainá foi o jornalista Luís Cardoso, de 65 anos, que foi encontrado morto, no último dia 12 de abril, dentro de casa, em São Luís.

“Além da descoberta dessa intenção homicida, outro fundamento para o pedido de prisão foi o descumprimento de medida cautelar. Havia sido decretada uma medida cautelar de que ela não poderia ter acesso às suas redes sociais. Na própria quarta-feira, quando ela foi notificada dessa decisão, ela descumpriu a medida”, destacou o delegado Pedro Adão, titular da DCCT.

PERMANECEU EM SILÊNCIO

À reportagem do Jornal Pequeno, o delegado Pedro Adão revelou que durante interrogatório na sede da Seic, no Bairro de Fátima, a influenciadora não quis esclarecer os fatos e usou seu direito de ficar em silêncio.

Ainda na noite de sexta-feira, Tainá foi encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML), onde realizou exames de corpo de delito.

OPERAÇÃO DINHEIRO SUJO

Na última quarta-feira (30), a Polícia Civil deflagrou uma operação visando desarticular um grupo envolvido com jogos de azar, principalmente o conhecido “Jogo do Tigrinho”, e lavagem de dinheiro, que é liderado pela influenciadora digital Tainá Sousa.

De acordo com o Departamento de Combate aos Crimes Tecnológicos (DCCT), da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), a influenciadora, juntamente com outros influenciadores ligados a ela, utilizava as redes sociais para cooptar vítimas prometendo lucros fáceis e rápidos através das plataformas de apostas indicadas pelo grupo.

Conforme a polícia, quando faziam o cadastro, os seguidores depositavam e iniciavam o movimento dos valores que foram alvo da operação.

Entre os investigados estão Otávio Filho, Otávio Vitor Lima, Neto Duailibe, Maria Angélica e Marília Dutra, que são, respectivamente, pai, irmão, ex-namorado, advogada e uma amiga de Tainá. Essa última agia como uma espécie de gerente das redes e quem captava apostadores. Todos eles somam mais de 200 mil seguidores na rede social Instagram, canal de divulgação usado por eles, além do WhatsApp.

“O grupo era composto de várias pessoas, algumas delas dedicadas à divulgação dos jogos de azar, mais conhecido como ‘Tigrinho’, em suas redes sociais. E com isso, eles angariaram grande quantidade de valores e esses valores eram lavados através de outras pessoas do grupo. Algumas delas eram responsáveis por colocar veículos em seus nomes e outra era responsável pelo sistema financeiro bancário”, explicou o delegado Pedro Adão, titular do DCCT.

BLOQUEIO DE MAIS DE 11 MILHÕES E CARROS DE LUXO

A justiça também determinou o bloqueio de mais de R$ 11,4 milhões e vários carros de luxo dos envolvidos. Todos foram frutos das divulgações ilegais.

Segundo a polícia, a operação intitulada “Dinheiro Sujo”, cumpriu mandados de busca e apreensão em seis endereços ligados aos alvos na capital maranhense.

No total, os policiais conseguiram apreender cinco carros de luxo como Range Rover Velar, Range Rover Evoque, BMW e Toyota Hilux Dólares, uma moto aquática, celulares, computadores, cadernos com anotações, bolsas de grife e, ainda, uma arma de fogo e carregadores, que seriam de um PM responsável pela segurança da influenciadora.

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