Do sarampo à tuberculose: as doenças mais e menos contagiosas do planeta

Sarampo, covid, tuberculose e ebola: descubra quais são as doenças mais contagiosas do mundo

Fonte: Da redação

Quando a pandemia da covid-19 começou, o filme Contágio (2011) voltou a ganhar destaque por retratar com precisão como os vírus podem se espalhar rapidamente. No longa, um diálogo chama atenção: a explicação de que agentes infecciosos são transmitidos de pessoa para pessoa por meio de objetos do cotidiano, como maçanetas ou botões de elevador. Esse detalhe ajuda a entender um conceito central da epidemiologia: o R0, índice que mede quantas pessoas, em média, um doente pode infectar.

Se o R0 for maior que 1, o contágio tende a crescer e dar origem a surtos ou epidemias. Quando é igual a 1, a doença se estabiliza; abaixo disso, tende a desaparecer ao longo do tempo. A covid-19, por exemplo, apresentou R0 entre 8 e 12, dependendo da variante, o que explica sua rápida disseminação global.

Entre as doenças mais contagiosas, o sarampo ocupa o topo. Seu R0 varia de 12 a 18, o que significa que um único infectado pode gerar centenas de novos casos em poucos ciclos de transmissão. Altamente transmissível pelo ar, ele pode infectar pessoas não vacinadas até duas horas depois de um paciente ter deixado o ambiente. Por isso, mesmo países ricos, como EUA e Reino Unido, enfrentaram surtos recentes, impulsionados pela queda nas taxas de vacinação.

A coqueluche (tosse convulsa), a varicela e a própria covid-19 também estão entre as mais contagiosas, podendo gerar complicações graves como pneumonia, meningite e até morte em casos extremos.

Na outra ponta, estão doenças menos infecciosas, mas não menos perigosas. A tuberculose, causada por uma bactéria, tem R0 que varia entre 1 e 4, dependendo das condições sociais e do acesso a tratamento. Ela se espalha mais lentamente, exigindo contato próximo e prolongado. O desafio está na cura: o tratamento padrão exige múltiplos antibióticos por no mínimo seis meses, e casos resistentes a medicamentos têm se tornado mais comuns.

Outros exemplos incluem o vírus ebola, altamente letal, mas com contágio limitado ao contato direto com fluidos corporais, e doenças com R0 abaixo de 1, como a Mers, a gripe aviária e a lepra, menos transmissíveis, mas ainda assim com riscos relevantes.

Mais do que medir números, o R0 ajuda a reforçar a importância da prevenção coletiva. Vacinas, imunidade de rebanho e medidas de higiene são ferramentas fundamentais para conter a propagação de doenças. Afinal, proteger-se não significa apenas reduzir o risco individual, mas também blindar os mais vulneráveis — bebês, gestantes e pessoas com imunidade fragilizada — de ameaças invisíveis, mas altamente impactantes.

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