Vacina contra chikungunya aprovada no Brasil é suspensa nos EUA

Decisão foi tomada após efeitos colaterais graves entre idosos; no Brasil, dose não tem aval acima dos 65 anos

Fonte: Da redação

A decisão da agência reguladora americana Food and Drug Administration (FDA) de suspender a vacina contra chikungunya desenvolvida pela Valneva em parceria com o Instituto Butantan provocou alerta internacional, mas não muda, por enquanto, o cenário no Brasil. Por aqui, a Anvisa mantém o aval dado em abril deste ano para aplicação do imunizante em adultos de 18 a 65 anos.

Nos Estados Unidos, a interrupção foi motivada por preocupações de segurança. A FDA afirma ter recebido relatos de hospitalizações e óbitos possivelmente associados à vacina Ixchiq, incluindo um caso de encefalite confirmado como relacionado ao imunizante. A agência considera que os benefícios ainda não foram comprovados em estudos clínicos amplos e que, em muitos cenários, os riscos podem superar as vantagens.

Essa não foi a primeira revisão sobre a vacina. Em maio, tanto a FDA quanto a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) haviam limitado seu uso em idosos após registros de efeitos adversos graves. A EMA voltou atrás em julho, liberando o uso em situações específicas de risco elevado de contaminação. Nos EUA, a flexibilização ocorreu em agosto, mas restrita a pessoas sob alto risco de exposição. Com os novos casos, a suspensão definitiva foi decretada.

A Valneva, responsável pela fórmula, defende que os eventos relatados estão dentro do esperado e mais frequentes entre pessoas idosas com condições de saúde pré-existentes. O laboratório insiste que a vacina continua sendo uma ferramenta essencial diante do avanço da chikungunya, sobretudo em regiões endêmicas da Ásia e América Latina.

No Brasil, embora aprovada, a Ixchiq ainda não chegou ao mercado. O Instituto Butantan prepara uma versão nacional do imunizante, considerada estratégica para incorporação ao SUS, com base nos estudos já conduzidos em parceria com a farmacêutica. O Ministério da Saúde estuda incluir a dose no calendário público, diante do crescimento expressivo da doença no país.

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