O agronegócio brasileiro celebra um marco histórico: a produção nacional de grãos atingiu o recorde de 350,2 milhões de toneladas no ciclo 2024/25, consolidando o país como uma das maiores potências agrícolas mundiais. O desempenho representa um crescimento significativo em relação à temporada 2022/23, quando foram colhidas 324,36 milhões de toneladas.
O resultado excepcional da safra brasileira resulta de uma combinação estratégica entre condições climáticas favoráveis e maiores investimentos dos produtores rurais. Segundo Carlos Barradas, pesquisador do IBGE e gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), os agricultores intensificaram os investimentos especialmente nos cultivos de soja e milho, atraídos pela rentabilidade atrativa dessas commodities no mercado internacional.
“Com auxílio do clima e aumento dos investimentos dos produtores, a safra chega ao recorde. Os produtores investiram mais nos cultivos da soja e do milho porque os preços dessas commodities estavam com uma boa rentabilidade”, explicou o especialista em nota oficial.
Os números recordes foram confirmados por duas importantes instituições brasileiras nesta quinta-feira (11). A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estatal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, divulgou os dados oficiais da produção de grãos, reafirmando seu papel na execução das políticas agrícolas e de abastecimento alimentar do país.
Paralelamente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou sua estimativa mensal, projetando uma produção de 341,2 milhões de toneladas para 2025. Esta previsão, referente ao mês de agosto, indica um crescimento robusto de 16,6% em comparação com a safra de 2024, que totalizou 292,7 milhões de toneladas.
Apesar do cenário amplamente positivo, a produção nacional enfrentou alguns obstáculos regionais. O Rio Grande do Sul, importante produtor agrícola, registrou perdas significativas na produção de soja devido à escassez de chuvas. Contudo, o impacto foi mitigado pelo melhor desempenho de outras culturas e regiões.
“Outro fator relevante é que houve perdas grandes somente na produção da soja no Rio Grande do Sul. As lavouras de soja no Rio Grande do Sul sofreram com a falta de chuvas. O milho também, mas o milho sofreu bem menos”, detalhou Barradas, demonstrando que os desafios climáticos localizados não comprometeram o desempenho nacional.