O assassinato de Maria Luciana Dias de Lima, funcionária da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Floriano (PI), ganhou novos desdobramentos. O acusado, identificado como Arlindo Rodrigues Filho, preso em flagrante nesta segunda-feira (15), tinha como alvo inicial a ex-companheira, também funcionária da instituição, que já havia denunciado episódios de perseguição e uma tentativa de feminicídio ocorrida na semana passada.
A ex-esposa de Arlindo, que preferiu não ser identificada, revelou que vinha sendo ameaçada há cerca de duas semanas. Segundo ela, durante o relacionamento não houve histórico de agressões, mas após a separação ele passou a persegui-la constantemente.
“Semana passada ele jogou o carro em cima de mim. Se meu filho não tivesse entrado no meio, teria sido pior. Corri e me escondi na casa de um policial. Ele ainda veio de ré contra a casa”, relatou.
Na manhã do crime, ela contou ter sido abordada pelo ex-companheiro na Ladeira do Bambu, onde ele a ameaçou e ordenou que entrasse em seu carro. A mulher conseguiu fugir ao se abrigar na casa de vizinhos, mas relatou que Arlindo seguiu em direção ao Centro da cidade. Pouco depois, ao chegar em casa, ela encontrou o ex a esperando e perguntando se iria trabalhar na Apae naquele dia.
Horas mais tarde, Arlindo foi até a instituição, onde procurava a ex-companheira. No entanto, quem abriu o portão foi Maria Luciana, que acabou sendo atacada a facadas. A vítima morreu ainda no local, antes da chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
“Ela era minha colega de trabalho, uma pessoa fina e querida. Não tinha nenhum envolvimento com ele e acabou sendo vítima por estar no lugar errado. Me sinto muito mal, comecei a chorar, porque ele foi afetar o meu serviço e a minha vida”, desabafou.
Prisão em flagrante
Após o crime, Arlindo tentou fugir em um carro sem placas, mas foi perseguido pela Polícia Militar. Durante a fuga, bateu em outro veículo e acabou preso em flagrante. Ele está detido na Delegacia de Floriano, onde deve responder por homicídio qualificado, além de descumprimento de medida protetiva e tentativa de feminicídio contra a ex-esposa.
A Apae de Floriano lamentou o ocorrido em nota e destacou que o crime não tem relação com as atividades da instituição.