
Dois homens foram condenados pela Justiça em Bom Jardim por abuso sexual de suas sobrinhas, em casos distintos que chocaram a comunidade. Os julgamentos foram presididos pelo juiz Philipe Silva Carneiro, que aplicou penas rigorosas considerando a gravidade dos crimes e a vulnerabilidade das vítimas.
No primeiro caso, o réu foi condenado a 31 anos e meio de prisão por abusar sexualmente de uma sobrinha desde os cinco anos de idade. A descoberta dos crimes ocorreu graças à percepção de uma professora sobre mudanças comportamentais na menina durante a adolescência. Na sentença, o magistrado destacou a coerência do depoimento da vítima e os traumas psicológicos causados, incluindo automutilação e isolamento social, aplicando a pena máxima prevista para crime continuado.
No segundo julgamento, outro homem recebeu 45 anos de prisão por abusar de três sobrinhas, irmãs entre si, em atos ocorridos por volta de 2007 e denunciados apenas em 2021. O juiz aplicou a legislação vigente na época dos crimes, somando as penas para cada vítima conforme o concurso material. Uma das meninas relatou abusos repetidos entre cinco e dez anos, incluindo atos libidinosos e conjunção carnal, além de ameaças que a obrigaram a manter silêncio por anos.
O Judiciário ressaltou a conduta predatória intrafamiliar e a quebra de confiança familiar para justificar a severidade das penas. Além da prisão, foi determinada uma indenização mínima de R$ 20 mil para cada vítima. Durante as audiências, foram ouvidos depoimentos das vítimas, testemunhas e interrogatórios dos acusados, com base em provas consistentes, como relatórios do Conselho Tutelar e jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça sobre crimes continuados.