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Como o conforto passou a ser prioridade na forma de se vestir

Transformação não aconteceu de um dia para o outro, mas reflete mudanças sociais, culturais e tecnológicas.

Fonte: Da Assessoria

Transformação não aconteceu de um dia para o outro, mas reflete mudanças sociais, culturais e tecnológicas (Foto: Divulgação)

Durante muito tempo, a moda foi sinônimo de rigidez. Sapatos apertados, tecidos pesados e cortes pouco funcionais eram aceitos como um preço a se pagar para estar “bem vestido”. Porém, nas últimas décadas, uma mudança profunda se consolidou: o conforto passou a ser prioridade. Essa transformação não aconteceu de um dia para o outro, mas reflete mudanças sociais, culturais e tecnológicas que impactaram diretamente a forma como nos relacionamos com a roupa.

A virada histórica: do formal ao casual

Se no início do século XX roupas sociais e formais predominavam, especialmente em ambientes de trabalho, os anos 1960 e 1970 abriram caminho para um estilo mais livre. O movimento hippie, com tecidos leves e cortes soltos, ajudou a popularizar a ideia de que a moda podia ser confortável. A partir dali, a rigidez das regras começou a dar espaço à criatividade e à praticidade.

Essa transição se intensificou nos anos 1980 e 1990, quando o jeans e o streetwear conquistaram protagonismo. O tênis deixou de ser apenas artigo esportivo e passou a ser peça de moda urbana. Paralelamente, roupas de ginástica começaram a ser usadas em situações cotidianas, antecipando o que viria a ser conhecido como athleisure.

A influência da vida urbana

A vida nas grandes cidades, cada vez mais acelerada, também exigiu mudanças. O trabalhador urbano precisava de roupas que acompanhassem deslocamentos, jornadas longas e uma rotina multifuncional. A ideia de trocar de roupa várias vezes ao dia perdeu espaço para peças versáteis, capazes de transitar entre o trabalho, os compromissos pessoais e o lazer.

Nesse cenário, tecidos leves, elásticos e duráveis passaram a ser mais valorizados. A indústria respondeu com inovações que uniam estética e funcionalidade, consolidando o conforto como atributo central de muitas coleções.

A pandemia como ponto de inflexão

Se a busca pelo conforto já vinha crescendo, a pandemia de 2020 acelerou o processo de forma definitiva. Com o home office e a permanência em casa, milhões de pessoas perceberam que era possível manter estilo sem abrir mão do bem-estar. Roupas de moletom, camisetas amplas e peças de algodão ganharam espaço nos guarda-roupas, não apenas como escolha provisória, mas como preferência consolidada.

Não por acaso, itens como uma calça confortável de moletom em promoção passaram a ser símbolo desse período. Mais do que uma questão de preço, trata-se de uma peça que sintetiza a busca por aconchego, praticidade e, ao mesmo tempo, identidade pessoal. A calça de moletom, que antes era restrita ao ambiente doméstico, tornou-se tendência urbana, aparecendo inclusive em produções de moda.

Athleisure e a fusão entre moda e esporte

Outro fenômeno importante foi o crescimento do athleisure, conceito que mistura roupas esportivas com o dia a dia. Leggings, tênis de corrida e jaquetas esportivas passaram a ser usados em reuniões, passeios e encontros sociais. Essa tendência refletiu um estilo de vida mais saudável, em que as pessoas buscavam conciliar rotina profissional e prática esportiva.

Grandes marcas internacionais perceberam rapidamente essa mudança e investiram em coleções híbridas, enquanto estilistas independentes exploraram tecidos tecnológicos e cortes inovadores. O resultado foi um guarda-roupa mais flexível, que atende tanto ao movimento quanto à estética.

Conforto e identidade cultural

Mais do que praticidade, o conforto tornou-se também uma forma de expressão cultural. Em diferentes países, roupas tradicionais que prezam por tecidos leves e cortes amplos foram resgatadas e reinterpretadas em coleções contemporâneas. A globalização permitiu que estilos antes regionais influenciassem a moda global, sempre com foco no bem-estar.

Essa valorização do conforto está ligada também ao movimento de aceitação corporal. Modelagens amplas e elásticas favorecem a diversidade de corpos, rompendo com padrões rígidos que dominaram a moda durante décadas. Nesse sentido, vestir-se de forma confortável é também um ato político: significa respeitar o próprio corpo e suas necessidades.

A tecnologia dos tecidos

A evolução tecnológica desempenhou papel fundamental na consolidação dessa tendência. Tecidos respiráveis, antibacterianos, térmicos e sustentáveis passaram a fazer parte do vestuário cotidiano. Essa inovação garantiu que roupas confortáveis não fossem sinônimo de simplicidade ou desleixo, mas sim de sofisticação e funcionalidade.

Empresas de diferentes portes passaram a investir em pesquisa para oferecer peças que unissem design, resistência e maciez. O resultado é uma moda que dialoga com as necessidades contemporâneas, sem abrir mão da estética.

O impacto do consumo global

O consumo global também teve papel importante nessa mudança de paradigma. Plataformas digitais ampliaram o acesso a diferentes estilos, permitindo que consumidores de qualquer parte do mundo descobrissem novas propostas de moda. Essa democratização reforçou a ideia de que cada pessoa pode escolher roupas de acordo com seu estilo de vida, priorizando o conforto sem sentir que está “fora de moda”.

Nesse contexto, datas comerciais como a internacional Black Friday passaram a ser momentos estratégicos para renovar o guarda-roupa com peças que unem estilo e bem-estar. Mais do que buscar descontos, muitos consumidores aproveitam a ocasião para adquirir roupas que representem essa nova forma de se vestir, voltada à durabilidade e ao equilíbrio entre estética e funcionalidade.

O futuro do vestir confortável

O futuro aponta para um mundo cada vez mais híbrido, em que fronteiras entre formal e informal continuarão a se desfazer. É provável que peças confortáveis sigam ganhando espaço inclusive em ambientes corporativos, ainda que reinterpretadas em versões sofisticadas.

Além disso, a sustentabilidade deve se tornar critério central. O conforto não será apenas físico, mas também ético: consumidores buscarão roupas que respeitem o meio ambiente e garantam condições dignas de trabalho em sua produção. Assim, a ideia de vestir-se bem estará associada também a valores de responsabilidade social.

Conforto como estilo de vida

Mais do que uma tendência de moda, o conforto reflete uma mudança cultural mais ampla. As pessoas passaram a valorizar qualidade de vida, saúde mental e bem-estar acima da aparência rígida. Esse movimento é visível não apenas nas roupas, mas também em escolhas relacionadas a moradia, trabalho e lazer.

A moda, como sempre, espelha essa transformação. Peças soltas, tecidos naturais, cores neutras e combinações descomplicadas expressam um estilo de vida que privilegia o essencial. O conforto, antes visto como “menos”, agora é símbolo de autenticidade e inteligência na forma de se vestir.

Prioridade

A trajetória da moda mostra que o conforto deixou de ser detalhe para se tornar prioridade. Da revolução do jeans à ascensão do athleisure, da pandemia ao impacto da globalização, diferentes movimentos ajudaram a consolidar essa mudança. Hoje, peças como uma calça moletom em promoção representam não apenas uma escolha prática, mas também um símbolo cultural.

Afinal, a moda nunca foi apenas sobre aparência; sempre foi, e continua sendo, sobre identidade, cultura e a forma como escolhemos viver.

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