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Serrano do Maranhão lidera o ranking nacional de uniões consensuais

A cidade maranhense, que possui pouco mais de 10 mil habitantes, registra 3.800 pessoas em algum tipo de união

Fonte: Da redação

Em Serrano do Maranhão, município a cerca de 500 quilômetros de São Luís, 81,7% das uniões são consensuais — aquelas sem casamento civil ou religioso. O índice é o mais alto do país, segundo os dados sobre nupcialidade divulgados nesta quarta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Censo 2022.

A cidade maranhense, que possui pouco mais de 10 mil habitantes, registra 3.800 pessoas em algum tipo de união. Os casamentos formais são minoria: as uniões civis e religiosas somam 6,5%, apenas civis representam 11,7%, e as exclusivamente religiosas correspondem a 0,1% do total.

De acordo com o procurador do município, Rômulo Feitosa, o cenário reflete aspectos sociais, culturais e econômicos locais. Ele explica que Serrano do Maranhão é um município de maioria preta (58,5% da população) e quilombola (55,7%), com predominância de religiões de matriz africana, que não exigem formalização religiosa. Além disso, o acesso limitado a cartórios — o mais próximo está em Cururupu, a 30 quilômetros — representa uma barreira para o registro formal dos casamentos.

A prefeitura realizou em 2023 um casamento comunitário para 100 casais, em parceria com o Tribunal de Justiça do Maranhão, e prevê uma nova edição do evento em dezembro deste ano. Serrano do Maranhão tem origem em comunidades de pescadores e quilombolas, e sua economia é baseada no comércio, pesca e agricultura.

No extremo oposto, Desterro do Melo, na Zona da Mata de Minas Gerais, tem o maior percentual de uniões civis e religiosas do país: 79,8% dos moradores casados vivem nesse formato. O município, que fica a 197 quilômetros de Belo Horizonte e tem cerca de 2.900 habitantes, possui 1.404 pessoas em uniões conjugais — sendo 17,2% consensuais, 2,4% apenas civis e 0,6% apenas religiosas.

O IBGE aponta que, entre as dez cidades com maior número de uniões formais (civil e religiosa), sete estão em Minas Gerais, duas no Rio Grande do Sul e uma na Bahia. Já entre as dez com maior proporção de uniões consensuais, sete são do Maranhão, duas do Pará e uma do Acre, evidenciando diferenças regionais marcantes entre o Norte/Nordeste e o Sul/Sudeste.

No panorama nacional, o Censo mostra leve aumento no número de pessoas que vivem em união conjugal: de 49,5% em 2000 para 51,3% em 2022. No mesmo período, o percentual de dissoluções conjugais cresceu de 11,9% para 18,6%, enquanto o grupo de pessoas que nunca viveu em união caiu de 38,6% para 30,1%.

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