Publicidade
Carregando anúncio...

Maranhão tem 401 dos 4.881 óbitos por câncer de próstata registrados no Nordeste

Mortalidade cresce no Norte e Nordeste e reforça alerta sobre diagnóstico tardio do câncer de próstata

Fonte: Da redação

O câncer de próstata permanece como o tipo de tumor mais frequente entre os homens brasileiros e segue ampliando sua incidência. De acordo com estimativas do Ministério da Saúde, o país deve registrar cerca de 215 mil novos diagnósticos no período de 2023 a 2025, o equivalente a pouco mais de 71 mil casos por ano. Embora a maior parte das ocorrências continue concentrada em homens acima de 65 anos, especialistas apontam que o número de diagnósticos em faixas etárias mais jovens tem crescido de forma constante, o que reforça a necessidade de ampliar ações de prevenção e vigilância clínica.

As projeções mostram que a região Sudeste apresenta as maiores taxas estimadas, com quase 78 casos a cada 100 mil homens, seguida por Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Norte. Apesar de o Norte registrar a menor incidência entre as regiões, é ali, ao lado do Nordeste, que a mortalidade se mostra mais elevada, indicando que o diagnóstico tende a ocorrer em estágios mais avançados e com menor possibilidade de controle da doença. Dados do Instituto Nacional de Câncer mostram que o Brasil contabilizou 17.258 mortes por câncer de próstata em 2023 e 17.587 em 2024, um aumento de cerca de 2% no período. Na região Nordeste, foram confirmados 4.881 óbitos em 2024, dos quais 401 ocorreram no Maranhão.

A persistência do diagnóstico tardio ainda é vista como um dos principais desafios. Profissionais da área relatam que muitos homens postergam consultas, o que adia a descoberta do tumor. O oncologista Michel Fabiano Alves, membro da Organização Nacional de Acreditação, avalia que aspectos culturais e o desconhecimento sobre a importância das consultas preventivas seguem influenciando o acesso aos serviços de saúde. Ele destaca que a identificação precoce do câncer pode elevar as chances de cura para patamares próximos de 95%, especialmente quando os sinais iniciais motivam investigação imediata.

Os primeiros sintomas podem ser discretos, como dificuldade para urinar, jato enfraquecido ou necessidade frequente de idas ao banheiro durante a noite. Caso ocorram manifestações como sangue na urina ou no sêmen, dor na região pélvica, nas costas ou nos quadris, perda de peso, cansaço intenso ou fraqueza nas pernas, a recomendação é buscar atendimento sem demora. Mesmo homens sem sintomas devem realizar acompanhamento periódico, já que muitos casos evoluem silenciosamente.

O especialista explica que o PSA, exame de sangue amplamente disponível, e a consulta com o urologista constituem as primeiras etapas da investigação. Quando há alterações, exames complementares como ressonância magnética e biópsia guiada auxiliam na confirmação diagnóstica. Dados do Sistema Único de Saúde mostram que, somente em 2024, quase 38 mil cirurgias para tratamento do câncer de próstata foram realizadas, número 10,9% superior ao registrado no ano anterior.

As possibilidades terapêuticas variam conforme a fase da doença. Tumores identificados no início costumam responder bem à cirurgia ou radioterapia. Nos estágios avançados, geralmente é necessário associar modalidades como hormonioterapia e quimioterapia, o que aumenta as toxicidades e reduz o potencial de cura. A definição do tratamento depende da avaliação de uma equipe multidisciplinar, que considera a extensão da doença, a idade do paciente e suas condições clínicas gerais.

Publicidade
Carregando anúncio...
Fechar