
A Motiva, antiga CCR, anunciou a venda de seu portfólio de 20 aeroportos para a mexicana Asur em uma operação avaliada em R$ 11,5 bilhões. Do valor total, R$ 5 bilhões correspondem ao pagamento pela participação nos terminais e R$ 6,5 bilhões se referem à dívida líquida das operações transferidas ao grupo comprador. Segundo a Motiva, os ativos foram precificados a um múltiplo de 8,8 vezes o Ebitda, acima do valor negociado atualmente pela companhia no mercado, o que, na avaliação da empresa, representa criação de valor aos acionistas.
Os recursos provenientes da venda serão destinados à redução do endividamento da holding. Após a conclusão da transação, prevista para ocorrer em 2026, a alavancagem deverá recuar das atuais 3,5 vezes para cerca de 3 vezes a relação entre dívida líquida e Ebitda. A empresa afirma que a operação segue alinhada ao plano de fortalecer a estrutura financeira em um contexto de restrições de capital e aumento de custos ao longo dos últimos anos.
O portfólio vendido inclui 17 aeroportos no Brasil, como o Aeroporto Marechal Cunha Machado, em São Luís, Prefeito Renato Moreira, em Imperatriz, Confins, em Belo Horizonte, administrado em parceria com a Zurich, o aeroporto da Pampulha, o terminal de Curitiba e o de Foz do Iguaçu. Também integram o pacote os aeroportos internacionais de Curaçao, Quito e Juan Santamaría, na Costa Rica, ativos apontados por analistas como os mais atrativos do conjunto. A Motiva havia iniciado formalmente o processo de venda em março e recebeu propostas vinculantes de diversos grupos internacionais.
A conclusão do negócio ainda depende do cumprimento de condições previstas em contrato, como aprovações de autoridades de aviação civil e de defesa da concorrência no Brasil e no exterior. A companhia reforça que o processo segue dentro do cronograma estimado e que a transação representa etapa relevante na reorganização do portfólio.