
Golaços, falhas bisonhas, pênalti decisivo, goleiro em noite inspirada e craque quebrando jejum: a quarta-feira de Brasileirão teve ingredientes de drama do início ao fim.
O líder Flamengo perdeu o clássico para o Fluminense, o Palmeiras desperdiçou a chance de colar na ponta, o Santos viu Neymar decidir e depois se complicar, enquanto o Grêmio cresceu na reta final e empurrou o Vasco ladeira abaixo na tabela.
Fluminense 2 x 1 Flamengo – Pressão tricolor, falhas decisivas e clássico com cara de final
No Maracanã, o Fluminense fez um primeiro tempo quase perfeito e venceu o Flamengo por 2 a 1, resultado que mantém o time vivo na luta por uma vaga direta na Libertadores e reacende a disputa pelo título. A equipe de Zubeldía entrou em campo com proposta clara: pressionar a saída de bola rubro-negra desde o início, com muitos jogadores no campo ofensivo.
O nome da etapa inicial foi Lucho Acosta. O meia argentino circulou com liberdade na intermediária do Flamengo, organizou o jogo, cavou faltas que quebraram o ritmo do adversário e ainda abriu o placar com um golaço, acertando o ângulo. Pouco depois, veio o lance que mudou a noite rubro-negra: João Victor recuou mal para Rossi, que tentou dominar a bola com embaixadinhas, perdeu o controle e viu Serna roubar e mandar para o fundo das redes, ampliando para o Flu.
O Flamengo teve uma atuação irreconhecível na primeira etapa. João Victor errou saídas de bola e passes simples, sendo vaiado pelos torcedores. Royal, Bruno Henrique e Saúl também não conseguiram entrar no jogo. O 2 a 0 ao intervalo refletiu o domínio tricolor e a sucessão de erros do líder do campeonato.
No segundo tempo, o time de Filipe Luís voltou diferente, com mudanças pontuais e postura mais agressiva. Com mais posse de bola, o Flamengo passou a rondar a área do Fluminense, especialmente após a entrada de Cebolinha, que deu profundidade pela esquerda, criou jogadas em velocidade e assustou em chute de fora da área.
Do lado tricolor, Lucho Acosta, exausto pela intensidade do primeiro tempo, foi substituído por Nonato, o que recuou ainda mais as linhas da equipe. O Flamengo cresceu e chegou ao gol em lance de área: Juninho cabeceou firme, Fábio fez uma defesa espetacular, mas, na sequência, Saúl finalizou e a bola bateu no braço de Renê. Após revisão no VAR, o árbitro marcou pênalti, convertido com segurança por Jorginho.
Nos minutos finais, mesmo com pressão rubro-negra, o Fluminense conseguiu esfriar o jogo, encaixou contra-ataques e segurou uma vitória pesada na briga pelo G-6.
Tabela após o clássico:
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Flamengo: 71 pontos, ainda líder, mas agora com apenas dois pontos de vantagem para o Palmeiras.
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Fluminense: 54 pontos, na 6ª colocação, superando momentaneamente o Bahia (53), que ainda entra em campo na quinta-feira.
Próximos jogos:
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Flamengo x Bragantino — sábado, 21h30, no Maracanã
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Palmeiras x Fluminense — sábado, 21h30, no Allianz Parque
Palmeiras 0 x 0 Vitória – Pressão, volume e um muro chamado Thiago Couto
No Allianz Parque, o Palmeiras empatou com o Vitória em 0 a 0 e deixou escapar a oportunidade de encostar de vez no Flamengo. Mesmo jogando em casa e pressionando durante boa parte do jogo, o Verdão parou na noite inspirada do goleiro Thiago Couto, o grande personagem da partida.
O time de Abel Ferreira começou em cima, ocupando o campo de ataque e tentando furar a defesa baiana com trocas rápidas de passe. Sem algumas peças importantes, porém, o Palmeiras teve dificuldade para transformar volume em finalizações claras. O Vitória, por sua vez, aproveitou o nervosismo palmeirense e passou a ameaçar nas bolas alçadas na área, deixando o duelo mais equilibrado.
A melhor jogada do primeiro tempo saiu dos pés de Allan. Aos 35 minutos, ele deixou três marcadores para trás em bela arrancada, mas finalizou para fora, desperdiçando o que poderia ter sido um golaço.
Na volta do intervalo, Abel mexeu bem: lançou Vitor Roque e Felipe Anderson, e o Palmeiras cresceu. As chances começaram a aparecer, e Thiago Couto virou protagonista com grandes defesas. Depois, Aníbal Moreno entrou e deu mais sustentação ao meio-campo, além de quase marcar um golaço em chute no ângulo.
No desespero pelo gol, Abel empurrou Gustavo Gómez para a área como centroavante nos minutos finais. O Verdão empilhou oportunidades, mas pecou na pontaria e esbarrou, novamente, no goleiro do Vitória.
Tabela:
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Palmeiras: 69 pontos, 2º lugar, agora dois pontos atrás do Flamengo.
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Vitória: 36 pontos, primeiro time dentro do Z-4 (17º), um ponto atrás do Santos.
Próximos jogos:
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Palmeiras x Fluminense — sábado, 21h30, no Allianz Parque
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Sport x Vitória — domingo, 18h30
Santos 1 x 1 Mirassol – Neymar volta a marcar, mas Peixe vacila e segue sob ameaça
Na Vila Belmiro, o Santos deixou escapar uma vitória que seria crucial na luta contra o rebaixamento. Em noite de boa atuação de Neymar, o Peixe saiu na frente, controlou o primeiro tempo, mas cedeu o empate ao Mirassol: 1 a 1 e clima de frustração entre mais de 14 mil torcedores.
Logo aos três minutos, o Santos transformou o “corredor de fogo” da torcida em combustível dentro de campo. Após rebote de escanteio, Lautaro Díaz lançou Neymar em velocidade. O camisa 10 arrancou livre e finalizou com frieza, quebrando um jejum de três meses sem marcar – seu último gol havia sido em 4 de agosto, quando fez dois na vitória por 3 a 1 sobre o Juventude, no Morumbis.
Com a vantagem, o Santos controlou as ações, enquanto o Mirassol apostava nas bolas aéreas com Reinaldo. O Peixe chegou a balançar a rede novamente em pênalti sofrido e convertido por Barreal, mas o lance foi anulado por impedimento. Antes do intervalo, o atacante ainda levou perigo em chute rente à trave de Walter.
O cenário mudou na segunda etapa. O Mirassol voltou mais organizado, passou a trocar melhor a bola no meio-campo e empurrou o Santos para trás. O empate nasceu justamente na bola parada: aos 10 minutos, Reinaldo caiu na área após disputa com Neymar, o árbitro marcou pênalti com auxílio do VAR, e o próprio lateral cobrou com categoria para deixar tudo igual.
O Santos até tentou reagir e pressionou nos minutos finais, mas parou na defesa bem posicionada do Mirassol e esbarrou na própria ansiedade.
Tabela:
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Santos: 37 pontos, apenas um acima do Vitória e ainda muito próximo da zona de rebaixamento.
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Mirassol: 60 pontos, consolidado na parte de cima da tabela e podendo assegurar vaga na Libertadores caso o São Paulo não vença o Corinthians, nesta quinta-feira, na Neo Química Arena.
Grêmio 2 x 0 Vasco – Tricolor reage, e Cruz-Maltino volta a viver um pesadelo
Na Arena, o Grêmio deu uma resposta importante à torcida e venceu o Vasco por 2 a 0, ultrapassando o adversário na classificação. Os gols de Carlos Vinicius e Amuzu, ambos no segundo tempo, coroaram uma atuação sólida dos gaúchos e ampliaram a crise vascaína.
O Vasco vive uma montanha-russa no Brasileirão: depois de emendar quatro vitórias seguidas, agora acumula quatro derrotas consecutivas, voltando a flertar com a parte de baixo da tabela. Contra o Grêmio, até conseguiu equilibrar ações em alguns momentos, mas mostrou pouca eficiência nas finalizações e problemas na recomposição defensiva.
O Grêmio, por outro lado, soube ser letal quando teve a bola em boas condições. No segundo tempo, Carlos Vinicius abriu o placar aproveitando espaço na área, e Amuzu ampliou em jogada rápida, garantindo um triunfo que recoloca o Tricolor em um cenário mais confortável no campeonato.
Tabela:
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Grêmio: 43 pontos, subindo para a 11ª colocação.
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Vasco: 42 pontos, caindo para 12º lugar e podendo ser ultrapassado por Ceará e Corinthians, que ainda jogam na quinta-feira.
Próximos jogos:
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Botafogo x Grêmio — sábado, 19h30, no Nilton Santos
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Bahia x Vasco — domingo, 16h, na Casa de Apostas Arena Fonte Nova
Panorama geral da rodada
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O Flamengo ainda lidera, mas vê a vantagem diminuir.
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O Fluminense se firma na briga por vaga direta na Libertadores.
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O Palmeiras tropeça, mas continua forte na perseguição ao líder.
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Santos e Vitória seguem em alerta máximo na luta contra o rebaixamento.
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Mirassol flerta com a Libertadores.
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Grêmio respira, enquanto o Vasco volta a se preocupar.
A reta final do Brasileirão promete emoção em todas as frentes: título, G-6, meio de tabela e Z-4. Nada está definido — e cada rodada parece uma decisão.