Um novo tipo de fraude tem se disseminado por aplicativos de mensagens e redes sociais, mirando pessoas que possuem processos em andamento na Justiça. A Febraban alertou que criminosos estão acessando dados públicos de ações judiciais e utilizando essas informações para se passar por advogados e aplicar golpes financeiros.
Segundo a federação, as quadrilhas criam perfis falsos que reproduzem fielmente a identidade de profissionais regularmente inscritos na OAB, utilizando nome, imagem e informações reais. A partir disso, entram em contato com clientes desses advogados, afirmando que houve uma decisão favorável no processo e solicitando pagamentos antecipados para a liberação de supostos valores, geralmente por meio de Pix.
As mensagens costumam incluir pedidos de taxas, custas processuais ou impostos, acompanhados, em alguns casos, de documentos falsificados ou links maliciosos. Esses links podem ser usados para clonar celulares, roubar dados pessoais ou obter acesso a informações bancárias das vítimas.
De acordo com Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços e Segurança da Febraban, um dos principais sinais de alerta é o contato feito a partir de números diferentes daqueles normalmente utilizados pelo advogado verdadeiro, além da pressão por pagamentos imediatos. Ele reforça que, diante de qualquer dúvida, a orientação é entrar em contato diretamente com o profissional responsável pelo processo, preferencialmente por ligação telefônica, chamada de vídeo ou encontro presencial.
A federação também destaca que os criminosos frequentemente solicitam informações sensíveis, como documentos pessoais, senhas bancárias ou dados de cartões de crédito, o que não faz parte de nenhum procedimento judicial legítimo.
Vicente de Chiara, diretor jurídico da Febraban, ressaltou que a Justiça não cobra valores antecipados para liberar indenizações ou resolver pendências processuais. Em casos de tentativa de golpe, a orientação é registrar boletim de ocorrência e preservar provas, como mensagens, números de telefone utilizados e chaves Pix informadas pelos golpistas.
A Febraban reforça que a atenção redobrada e a verificação direta com o advogado são as principais formas de evitar prejuízos diante desse tipo de fraude, que tem se aproveitado da facilidade de acesso a informações públicas e da confiança natural existente na relação entre clientes e seus representantes legais.