As casas de apostas consolidaram seu espaço no futebol brasileiro e transformaram o mercado de patrocínios dos clubes da Série A. Em apenas dois anos, o valor total destinado ao patrocínio máster saltou de R$ 496 milhões, em 2023, para R$ 1,117 bilhão em 2025, segundo levantamento da agência Jambo Sport Business. A alta de 125% reflete a estratégia do setor de investir na principal vitrine do esporte nacional: as camisas dos times.
O protagonismo das bets no futebol não é casual. Dados divulgados por um cassino online legalizado no país mostram que 83,49% dos usuários ativos da plataforma apostam em futebol, o que o mantém como o esporte mais popular do país nesse segmento. O volume de interesse do público ajuda a explicar por que as operadoras concentram seus maiores investimentos justamente nos clubes da elite brasileira.
Entre as equipes, o Flamengo é o principal exemplo desse novo cenário. O clube carioca, que lidera em receitas e engajamento, fechou um contrato de R$ 268 milhões com uma empresa de apostas para estampar sua marca no uniforme em 2025. O valor corresponde a mais da metade de todo o montante movimentado na Série A dois anos antes e marca o maior acordo já registrado no futebol nacional.
A presença das casas de apostas nos uniformes não é apenas uma questão de exposição, mas parte de uma estratégia estruturada de fortalecimento de marca. Segundo especialistas em marketing esportivo, esse tipo de investimento busca reforçar a lembrança da marca e transmitir credibilidade a um público que já consome o produto de forma massiva.
“O setor de apostas é bastante homogêneo, e o diferencial acaba sendo a visibilidade. Estar nas camisas dos principais clubes cria uma percepção de força e estabilidade”, explica Idel Halfen, especialista em marketing e coautor do levantamento.
Os contratos de patrocínio também são complementados por acordos com influenciadores e embaixadores esportivos, usados como ferramentas para aumentar o alcance das campanhas e fortalecer a conexão emocional com os torcedores.
A tendência é que esse modelo continue em expansão, com contratos cada vez mais competitivos entre casas de apostas confiáveis e clubes e novos formatos de exposição. O desafio será manter a sustentabilidade dessas parcerias e garantir que o crescimento financeiro venha acompanhado de responsabilidade e transparência no relacionamento com o público.