“Estamos diante de um crime horrendo de feminicídio”, relata delegada sobre mãe e filha assassinadas

A investigação apontou ainda que o ex-marido possuía várias disputas judiciais com a vítima

Fonte: Redação/Assessoria

Três envolvidos em duplo feminícidio de Graça Maria Pereira de Oliveira, de 54 anos, e a filha, a jovem Talita Oliveira de Oliveira Friseiro, de 25 anos de idade, estão presos, após investigação da Polícia Civil do Maranhão. O crime, ocorrido em 7 de junho, ocorreu na casa da família, no bairro Quintas do Calhau. Mãe e filha foram encontradas enroladas em um lençol, dentro do veículo na garagem, com sinais de asfixia e espancamento.

Segundo a polícia, o ex-marido de Graça, que foi preso em Imperatriz, é apontado como mandante do crime e teria contratado o executor pela quantia de R$ 5 mil. Este, por sua vez, contratou o terceiro envolvido. O objetivo seria obter ganho financeiro. A pista que levou a investigação ao mandante foi o celular da mãe, encontrado com um dos envolvidos, no bairro Divinéia. Esse mesmo homem foi identificado em imagens de câmeras, saindo da casa das vítimas anteriormente.

Em interrogatório, ele confessou a autoria do crime e também identificou o ex-marido como mandante. Executor e intermediário são pedreiros que trabalhavam em obra na casa ao lado.

A investigação apontou ainda que o ex-marido possuía várias disputas judiciais com a vítima, e que esta já havia ganho os processos.

“Essa pessoa planejou tudo, inclusive criando álibis perfeitos, desafiando a capacidade de investigação da polícia. Estamos diante de um crime horrendo de feminicídio. O mandante pediu para asfixiar as vítimas e incendiar os corpos, mas o plano não saiu como ele arquitetou. Esta é uma parcial do caso, pois vamos continuar investigando para saber se há mais envolvidos”, explicou na coletiva, a titular do Departamento de Feminicídio, delegada Viviane Fontenelle.

Depoimento do pedreiro

O executor relatou em seu depoimento que tinha instruções concretas do ex-marido. Após matar mãe e filha, ele teria que colocar as duas no carro e tocar fogo, ou então, deixar os corpos na cozinha, ligar o gás e acender uma vela. O autor do homicídio apenas deixou os corpos dentro do carro cobertos pelo lençol.

De acordo com a delegada, o autor do crime matou primeiro a mãe, por asfixia, e depois assassinou a filha, estrangulada e com vários golpes de barra de ferro na cabeça.

Com a confissão em mãos, a polícia pediu a prisão do ex-marido, que foi decretada pela Justiça. G.A.S foi preso em Imperatriz, mas ainda não foi ouvido. Ele deve ser transferido para São Luís, nas próximas horas, para então, ser tomado o seu depoimento.

Um terceiro suspeito de envolvimento no crime também foi preso. Trata-se do intermediador para contratar o executor, chefe da obra onde o autor do homicídio trabalhava, ao lado da casa das vítimas.

Inicialmente, segundo a delegada, foi oferecido o valor de R$ 3 mil para a execução do crime, mas, mediante a negativa do autor, houve tratativas e a negociação chegou aos R$ 5 mil, preço cobrado para tirar a vida da mãe e filha.

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