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Acusado de assassinar idosa alega que vítima já estava morta

Corpo da vítima foi encontrado dentro de uma rede numa cova clandestina no cemitério da Maioba

Fonte: Aidê Rocha

Na tarde dessa terça-feira (1º), a Polícia Civil, por meio da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), localizou o corpo de Fátima Maria Evangelista dos Santos, de 65 anos, sepultado em uma cova clandestina, no cemitério da Maioba, na cidade de Paço do Lumiar. A Polícia Civil chegou ao local após a prisão de um dos envolvidos no crime, identificado com as iniciais L.S., na manhã de ontem, em cumprimento a mandado de prisão temporária pelos crimes de estelionato e furto.

Pré-candidato a vereador de São Luís pelo Partido Liberal (PL), o suspeito, segundo as investigações, havia sacado R$ 180 mil de duas contas da vítima.

A idosa, que morava no Beco da Baronesa – na região central de São Luís, foi vista pela última vez por vizinhos no dia 10 de abril, deste ano. Ela morava sozinha e tinha um patrimônio considerável em dinheiro e imóveis.

“Estamos investigando esse caso há três meses, quando a família nos procurou e informou que, desde abril, a Fátima Maria estava desaparecida, e também sobre o início de saques em contas que ela possuía. A idosa era uma pessoa super independente, não tendo muito contato com os filhos e outros parentes, mas eles se preocuparam com o lapso temporal sem qualquer tipo de notícia nem atendimento de telefonemas”, explicou o delegado Felipe César, titular do Departamento de Proteção à Pessoa da SHPP, que presidente o inquérito sobre o caso.

De acordo com o delegado, foi por meio dos saques, iniciados no mês de junho, que a polícia chegou ao paradeiro do suspeito capturado em um condomínio no bairro do Calhau, em São Luís. “Ele estava utilizando dois cartões bancários dela, e o CPF para cadastrar números de aparelhos celulares na conta dele, além do dinheiro que estava usando para financiar a pré-campanha a vereador de São Luís”, pontuou.

PRÉ-CANDIDATO ENTREGOU SEGUNDO ENVOLVIDO

Em depoimento à equipe da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), o pré-candidato a vereador de São Luís, L. S., teria confessado participação no crime contra a idosa que estava desaparecida, e foi encontrada morte em uma cova clandestina num cemitério em Paço do Lumiar. Ele revelou ter sido procurado pelo segundo suspeito, identificado apenas como Daniel.

“Esta segunda pessoa o procurou, dizendo que uma senhora teria morrido e ele estaria de posse de toda a documentação dela. Também disse que ela não teria nenhum parente vivo. Os dois autuados estudaram juntos e se reencontraram nesse período do crime”, disse o delegado Felipe César.

Daniel também foi preso ontem, mas, segundo a polícia, não confessou participação no crime. Conforme as investigações, ele morava próximo à residência da idosa e seria amigo dela.

Sobre a morte da aposentada Fátima Maria Evangelista dos Santos, L.S. afirmou que já a teria encontrado sem vida, dentro da casa, e que o amigo voltou a afirmar que a idosa já estaria morta quando ele também chegou ao local.

“Daniel se identificou até como sobrinho dela. Como não queria envolver advogado para ficar com o dinheiro, ele ofereceu a proposta de que o outro suspeito sacasse o valor, lhe desse uma parte e o restante utilizasse na campanha”, destacou o delegado, ressaltando, ainda, que grande parte desse dinheiro foi usado na compra de cestas básicas e trabalhos sociais.

O delegado Felipe César ainda informou que, um tempo depois da morte da idosa, o pré-candidato a vereador disse que, junto a Daniel, resolveu levar o corpo para ser enterrado. Eles a levaram enrolada em uma rede, entregaram aos coveiros e teriam ido embora.

No cemitério, os três coveiros reconheceram o pré-candidato como sendo o homem que levou o corpo, em um carro HB20 branco, para ser enterrado no local, no mês de junho. O trio também foi preso e deverá ser autuado por ocultação de cadáver. Eles teriam recebido R$ 800, para abrir a cova e enterrá-la no local, conforme a polícia.

A causa da morte da aposentada só deverá ser esclarecida com os resultados dos exames feitos pelo Instituto Médico Legal (IML). “Vamos analisar todo o desenrolar da questão da perícia, para poder definir o que os dois suspeitos irão responder por completo, porque pode haver um homicídio. Também tem a possibilidade de um latrocínio, que a tenham matado para pegar os cartões e dinheiro dela”, destacou o delegado Felipe César.

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