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Polícia segue sem pistas dos mandantes da morte de trabalhador rural em Codó

Crime ocorreu no último domingo, 11, quando um dos suspeitos foi baleado em troca de tiros com a vítima.

Fonte: Aidê Rocha

A Polícia Civil do Maranhão segue com as investigações para descobrir quem mandou matar o trabalhador rural José Francisco de Sousa Araújo. O crime ocorreu no último no domingo (11), no povoado Volta da Palmeira, no município de Codó. A vítima, conhecida como “Vanu”, morreu durante uma troca de tiro com dois homens, que foram ao povoado para executá-lo.

Um dos suspeitos foi identificado como Alexsandro Alves da Silva Júnior, que acabou baleado no confronto com o lavrador, sendo socorrido para a UPA de Codó, onde acabou preso ainda no domingo.

Ao Jornal Pequeno, o delegado Francisco Fontenelle, titular da Delegacia Regional de Codó, responsável pela investigação do caso, disse que o segundo envolvido no crime não teria sido localizado até o momento, mas já estaria identificado.

Ainda conforme o delegado, ao que tudo indica, Alexsandro Júnior seria apenas o executor. “Ainda estamos apurando para saber quem é o mandante. Como não sabemos quem é, não dá para determinar quais seriam as motivações do crime”, explicou Fontenelle.

José Francisco de Sousa Araújo já havia sido alvo de uma tentativa de homicídio em 2019, no povoado Vergel, também em Codó, onde morava e precisou sair após o ataque.

Em nota, a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Maranhão (Fetaema) denunciou a morte do trabalhador, e ressaltou que a vítima era conhecedora dos conflitos agrários na comunidade Vergel, e já havia perdido quatro familiares em razão dessa situação.

“A Federação acompanha o conflito da comunidade Vergel desde o ano de 2012. Demandamos muitos ofícios e reuniões com as autoridades competentes sobre e as violências contra trabalhadores rurais daquela localidade que, infelizmente, não cessaram. Acompanhamos assustados a escalada da violência contra trabalhadores rurais, agricultores e agricultoras familiares no Maranhão”, diz trecho da nota.

QUATRO MORTES EM MENOS DE UM MÊS

Com o assassinato de José Francisco, o Maranhão já registrou quatro mortes de agricultores ou trabalhadores rurais, além de uma tentativa de homicídio, em menos de um mês.

Segundo a Fetaema, os assassinatos são motivados pelos conflitos agrários que ocorrem há décadas na região. Dois desses crimes ocorreram no dia 18 de junho, no povoado Vilela/Gleba Campina, na cidade de Junco do Maranhão. O casal Reginaldo Alves Barros e Maria da Luz Benício de Sousa foi alvejado a tiros. Ambos foram encontrados por familiares, estando o filho do casal, de apenas dois anos, deixado sobre o corpo da mãe. A criança estava viva e coberta de sangue.

No último dia 2 de julho, a vítima foi o trabalhador rural Antônio Gonçalves Diniz, conhecido por lutar pelos direitos dos agricultores da Baixada Maranhense. Ele foi baleado e morto por dois pistoleiros.

Um dia depois, Juscelino Galvão, liderança do Projeto de Assentamento Boa Hora/Campestre, quase morreu durante uma emboscada na cidade de Alto Alegre.

“Quantas vidas a mais precisaremos perder para que sejam tomadas medidas que garantam a segurança dos homens e mulheres residentes da zona rural do Maranhão? Quantas famílias perderão seus entes queridos devido a invasão de terras das comunidades? Permanecemos ao lado dos homens e mulheres do campo. Cobramos com urgência que as autoridades competentes façam as leis serem cumpridas”, questionou a Fetaema, em outro trecho da nota divulgada pela morte de José Francisco.

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