SÃO LUÍS – O 1º Tribunal do Júri julga, nesta quarta-feira (9), Allef Gonçalves Araújo Ribeiro, acusado de matar, por estrangulamento, Jecimara Cristian Marques Pacheco. O crime ocorreu na manhã do dia 7 de fevereiro de 2020, no quarto de um hotel, localizado no bairro São Cristóvão, em São Luís.
A sessão de julgamento começa às 8h30, no salão localizado no primeiro andar do Fórum, no bairro Calhau, e será presidida pela juíza Rosângela Santos Prazeres Macieira. Na acusação atuará o Promotor de Justiça Reinaldo Campos e os advogados Neto Evangelista, Eika Moreira e Raissa Medeiros como assistente de acusação do Ministério Público.
O julgamento ocorre durante as atividades da 20ª Semana Nacional “Justiça pela Paz em Casa”, aberta ontem (7), em todo o Maranhão.
O CRIME
Allef Gonçalves Araújo Ribeiro, de 24 anos, foi preso no dia 12 de fevereiro de 2020, em um shopping localizado no bairro do Turu, em São Luís. Contra ele, havia um mandado de prisão temporária pelo assassinato de Jessimara Cristian Marques Pacheco, ocorrido cinco dias antes, em um quarto de hotel, na Rua Flávio Bezerra, no São Cristóvão.
O indivíduo foi encaminhado à sede da Superintendência de Homicídio e Proteção à Pessoa (SHPP), onde foi ouvido pela delegada Viviane Fontenelle, do Departamento de Feminicídio, responsável pela apuração do caso.
De acordo com as investigações, a vítima foi estrangulada com um cabo de notebook. O corpo de Jessimara foi encontrado deitado no chão do banheiro do quarto de hotel, onde o casal estava hospedado há quase uma semana.
Em entrevista ao Jornal Pequeno, Viviane Fontenelle disse que o casal se conheceu via internet, por meio de redes sociais. Allef, que morava em Guarulhos (SP), veio a São Luís somente para conhecer pessoalmente Jessimara.
“Ele diz ser uma pessoa depressiva e que, por três vezes, já teve a intenção de se matar aqui nesta cidade, e que contou este fato à vítima. A partir de então, ela teria ficado no pé dele o tempo inteiro para impedir que fizesse alguma besteira. Por conta disso, a teria estrangulado com o cabo do notebook. Segundo Allef, ele não queria tirar a vida de Jessimara, mas apagá-la para sair do local e tirar a própria vida”, revelou a delegada.
Ainda segundo a delegada Viviane Fontinelle, no dia do crime, Aleff saiu por volta de 10h e queria deixar a chave do quarto com a dona do hotel, que se recusou a aceitar. Ele voltou ao cômodo, botou a chave por dentro da porta e bateu sem trancar. Por volta de 12h30, um funcionário foi verificar a jovem no quarto a pedido da proprietária, para saber se ela não queria almoçar. No primeiro momento, ao chamá-la, não obteve resposta, mas imaginou que a mesma estivesse dormindo.
“Quando foi por volta das 16h30, a dona do hotel se lembrou de novo e achou estranho ela não ter aparecido. Entrou no quarto, que estava destrancado, e não viu a vítima. Ao abrir a porta do banheiro, a encontrou no chão com um lençol por cima do rosto. Nervosa, chamou um hóspede e ele constatou que a jovem estava morta”, disse a delegada, afirmando acreditar que o crime tenha ocorrido minutos antes da saída dele pela manhã.
No mesmo dia, Aleff ainda mandou mensagens para a tia e a irmã da vítima, alegando que a mesma estava precisando de ajuda e repassou o nome do hotel. A família, conforme a delegada, não deu muita importância em razão de ele já ter feito a mesma coisa com o pai da vítima dias atrás. “Disse que era para ir até o hotel salvar a filha, mas quando eles chegaram lá, na verdade, a ajuda que precisava era para pagar o hotel. Então a família não deu muita credibilidade para a informação que ele forneceu”, explicou a titular do Departamento de Feminicídio.
Jessimara, que tinha 26 anos e deixou uma filha de oito, saiu da casa dos pais, com quem morava, sem dizer para onde ia. O mesmo fez Aleff ao sair de São Paulo. A delegada informou que foi descoberto um boletim de ocorrência de desaparecimento registrado dia 18 de janeiro pela mãe do acusado.