A Assembleia Legislativa do Maranhão realizou, na tarde dessa terça (23), audiência pública solicitada pelo deputado Yglésio (PSB) para debater assuntos ligados à temática da fibromialgia, síndrome clínica que se manifesta com dor no corpo, principalmente na região dos músculos, além de outros sintomas.
O parlamentar, autor do Projeto de Lei 11.543/2021, oriundo do PL 016/2020, que reconhece a fibromialgia como deficiência no Maranhão, ressaltou a necessidade de discutir políticas públicas que amparem as pessoas acometidas pela doença.
“Somos o primeiro estado a reconhecer a fibromialgia como deficiência. E o nosso foco é garantir melhor qualidade de vida aos fibromiálgicos”, afirmou Yglésio.
Yglésio efatizou que o objetivo é enfrentar o preconceito, trazer esclarecimentos e debater com pessoas que conhecem a fundo o tema. “Para que possamos elaborar ideias e sugestões para o Executivo, Judiciário, o poder público de um modo geral e para atuação das organizações da sociedade civil”, enfatizou.
Presente ao evento, a vice-presidente da Associação Maranhense de Fibromialgia, Ana Paula Rodrigues, disse que uma das principais dificuldades relatadas pelas pessoas com esse problema é a falta de compreensão da sociedade em relação à condição delas, que muitas vezes são alvos de críticas e preconceito.
“O que mata é o preconceito. As pessoas não sabem o que é fibromialgia. Não compreendem que a pessoa está sorrindo, feliz por inúmeros motivos, mas morrendo de dor. É por essas pessoas que precisamos lutar por direitos”, destacou Ana Paula Rodrigues.
O encontro também abordou a necessidade de escuta dos pacientes e a dificuldade da sociedade reconhecer, de fato, como a síndrome afeta a vida das pessoas. Arady Amorim, que é portadora da síndrome, ressaltou o quanto a demora em confirmar o diagnóstico é decisiva para retardar o tratamento.
“É uma luta diária ter que conviver com a fibromialgia e a dificuldade em acessar direitos. Não é fácil viver assim. Eu tenho dor em 100% do tempo, mas tenho acesso ao tratamento gratuito por meio do SUS”, disse Arady.
Também contribuiu com o debate a diretora da Policlínica do Coroadinho, Camila Furtado. Ela disse que a clínica possui um ambulatório de referência para pacientes com fibromialgia.
“A doença é silenciosa e pode ser tratada gratuitamente pelo SUS. Desde abril de 2022 são, aproximadamente, 120 atendimentos, incluindo assistência psicológica”, concluiu.
Fibromialgia
É uma doença crônica que acomete cerca de sete milhões de pessoas no Brasil e que não tem cura. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, sete em cada dez pessoas com fibromialgia são mulheres, pessoas que têm uma queda considerável em sua qualidade de vida por conta da doença, caracterizada pela dor intensa, fadiga, sono não reparador (a pessoa dorme, mas acorda cansada) e outros sintomas.