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Índios Tabajaras prometem “sangue” para não trocar Ceará pelo Piauí

Os indígenas Tabajaras da aldeia Cajueiro, localizada no município de Poranga, no Ceará , prometeram luta e “sangue” para não serem levados para o Piauí 

Fonte: Com informações de IG Ultimo Segundo

Indígenas Tabajaras de Poranga não querem trocar o Ceará pelo Piauí
Reprodução/Governo do Ceará

Indígenas Tabajaras de Poranga não querem trocar o Ceará pelo Piauí

Os indígenas Tabajaras da aldeia Cajueiro, localizada no município de Poranga, no Ceará , prometeram luta e “sangue” para não serem levados para o Piauí . “Combinaram de nos matar. Combinamos de não morrer”, diz uma das frases num cartaz levantado na audiência do último 24 de maio.

A polêmica gira em torno de uma disputa antiga, de 2011, entre os estados nordestinos. Na ocasião, o Piauí entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contestando a titularidade do Ceará de uma área de 2.874 km. É justamente nesta área que estão localizados os índios Tabajaras.

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O caso se aproxima de um desfecho. No final deste mês, o Exército deve entregar um relatório sobre a perícia solicitada pela relatora do caso no STF, a ministra Carmen Lúcia. A disputa envolve uma área com 25 mil moradores e 13 municípios.

Líderes temem mudança

Em entrevista ao UOL, o cacique Jorge Tabajara, que também é secretário executivo dos Povos Indígenas do Ceará, afirmou que a mudança pode acabar com toda estrutura montada pelo povo nos últimos anos.

“Temos políticas públicas lá dentro: escolas, professores públicos indígenas, concursados, ações importadores do governo do estado; e de repente vamos ter que voltar ao passado? Se for o caso, vamos até marcar com o próprio sangue aquele território, mas não abrimos mão de forma nenhuma de deixar de pertencer ao estado do Ceará”, disse.

O povo tabajara conseguiu retomaram o território na primeira década do século, com a expulsão de fazendeiros e posseiros. Segundo o cacique, desde então, os indígenas passaram a preservar o meio ambiente. Atualmente, eles estão no processo de demarcação de território.

“É do Ceará que somos, é ele que pertencemos e pelo qual trabalhamos para continuar a pertencer”, disse o cacique Jorge Tabajara em um manifesto, na última terça-feira.

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