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Mural da Academia Ludovicense de Letras

Artigo de Leopoldo Gil Dulcio Vaz destaca a importância de Cláudio Vaz dos Santos para o esporte maranhense.

Fonte: Da Academia

Cláudio Vaz dos Santos: ícone dos esportes maranhense

Leopoldo Gil Dulcio Vaz

O esporte maranhense tem três fases: uma de seu início até a década de 1950; a segunda, inicia com a Geração de 53, pós anos 50, e vai até os anos 1990. Destaca-se na chamada Geração de 53 o esportista Cláudio Vaz dos Santos.

Cláudio Vaz dos Santos (Foto: Divulgação)

Cláudio Vaz para alguns e Alemão para outros tantos, é um dos homens mais importantes no esporte maranhense. Tanto quanto Dimas, Rubem Goulart, Furtado, Dejard Martins e tantos outros e muitos que já partiram, entre os iniciantes e, Tião, Canhoteiro, Djalma Campos, Ronaldo “Codó” Maciel, e os atuais Felipe Cunha, Frederico Castro, Iziane e China, Cláudio Antonio Vaz dos Santos é o nosso quarto ocupante do pódio. Para ele estamos criando a medalha de brilhante. (José de Oliveira Ramos).

Cláudio Antônio Vaz dos Santos, Cláudio “Alemão” Nasceu em São Luís, no dia 24 de dezembro de 1935, filho de Antônio Rodrigues da Costa Santos e Maria José Raposo Vaz dos Santos. Divorciado, pai de oito filhos

Foi atleta de Basquetebol, Voleibol, Futebol de campo e de salão, Atletismo e Natação. Pertenceu à famosa “Geração de 53” do esporte maranhense, atuante nas décadas de 1950 e 1960.

O apelido de “Alemão” vem de quando era aluno do Colégio Marista; fez exame de admissão – 4º primário -, vindo do Colégio São Luís Gonzaga, da Zuleide Bogéa, onde estudou do primeiro ao terceiro ano primário. Iniciou os estudos no Jardim de Infância Antônio Lobo – ao lado da Igreja do Santo Antônio, onde sua mãe era professora, lá estudou até os seis anos de idade, transferindo-se então para o Colégio São Luís Gonzaga, ali na Rua do Sol.

Na época em que foi para o Maristas, morava na Rua Montanha Russa – naquela casa na Rua Newton Prado 22; ele e meu irmão nasceram ali. O Maristas nesse tempo funcionava junto ao Palácio do Bispo, na Avenida Dom Pedro II. Ao chegar ao Maristas já praticava futebol e espiribol. Segundo Cláudio, era um esporte que hoje “parou”, isto é, não se pratica mais.

O irmão Manuel era considerado o diretor de esportes do Colégio Marista; foi ele quem chamava Cláudio de Alemão, pois nessa época loiro maranhense eram poucos; e começou o Manuel – “Cláudio: – Alemão, Alemão, Alemão”, e fico “Alemão” até hoje; Cláudio diz sentir orgulho de seu apelido de colégio, o que o marcou muito sua vida – “Cláudio Alemão”, que Fontenelle, passou a chamar de Cláudio Vaz – o Alemão. Isso, quando passou a ser dirigente esportivo…

Cláudio Alemão estudou no Maristas desde o 4º ano primário, no Colégio Maranhense e também no Cearense, até 1952… Quando começou a praticar esportes…

Cláudio insiste – em seu depoimento – que, em sua época de estudante, não tinham professor de Educação Física. Sua geração só teve prática de esportes, comandada sempre pelos irmãos Maristas:

Cláudio inicia-se no Boxe ainda na década de 1940. Aos 10 anos e idade:

Eu ainda era garoto, esse tempo foi em 1945, aprendi uma técnica que nessa época ninguém tinha a briga aqui era de cabeça naquele tempo a briga era um negócio saudável quando se decidia alguma rivalidade era uma coisa saudável, amanhã estava tudo bem, era uma briga sem nenhuma maldade e o que aconteceu, Lupercínio me ensinou a bater, eu transformei essa técnica futuramente numa defesa que eu fui ter e foi como é que vai… Lupercino [Almeida] era um lutador de boxe do Maranhão e eu sempre fui entusiasmo pela prática do esporte, eu acordava cedo, eu ia para a Beira-Mar, onde eu morava, caminhar, correr, tudo; eu conheci o Lupercino, que era um lutador de boxe, e eu tive a felicidade, na época, de ser a primeira pessoa a aprender a técnica do boxe, aprender a bater: ponta de queixo, coração, fígado, baço, estômago, supercílio, aquilo tudo ele me ensinou os movimentos.(VAZ DOS SANTOS, ENTREVISTA

Em 1952 Cláudio Vaz dos Santos, ao ingressar no Colégio de São Luís, do Prof. Luis Rego, participa dos Jogos Olímpicos Secundaristas, organizado pelo jornalista Mario Frias, como atleta de Basquetebol, Voleibol, Futebol de Campo, Atletismo e Natação.

No ano seguinte (1953), junto com outros atletas da época, de várias escolas, funda a equipe dos “Milionários”, que faz história no esporte maranhense, especialmente no Basquetebol, por mais de 20 anos; a equipe era formada por Gedeão Matos, os irmãos Mauro e Miguel Fecury, Aziz Tajra, Raimundinho Sá, Poé, Denizar, Canhotinho, Fabiano Vieira da Silva, Cleon Furtado, Jaime Santana, os irmãos Zé Reinaldo e Silvinho Tavares, Wilson Bello, Sá Valle, Joaquim Itapary, Henrique Moreira Lima, Márcio Viana Pereira. Com a extinção d´“Os Milionários”, fundam o “Cometas”, que além de basquete e vôlei, participam dos jogos de Futebol de Salão.

Alemão lembra Jaime Santana, um dos praticantes de esporte, tanto vôlei como o basquete, futebol de campo, futebol de salão: Nós jogávamos tudo; é que toda essa geração jogava tudo, ninguém jogava futebol de praia, futebol de salão, futebol de campo, Jaguarema então era o nosso celeiro. Foi o grande Jaguarema na época, então o que a gente praticava de esporte era direto… (VAZ DOS SANTOS, ENTREVISTA).

Cláudio praticava também o Atletismo, iniciado no Colégio São Luís. Era corredor de 100 metros, e 200 metros, lá pelos anos de 1952/53 – já na época da famosa “Geração de 53”:

Natação, a primeira piscina que teve no Maranhão, nós não nadávamos por competição, nós nadávamos por recreação, foi na casa de Domingos Mendes, na rua Grande onde é hoje o Colégio do Manga, eu não sei se a piscina ainda existe lá; nós fazíamos natação recreativa, não tinha natação competitiva, a primeira natação que veio já foi da piscina do Jaguarema, foi o primeiro aparelho de piscina do Maranhão Clube, nós já tivemos competições dirigidas já com professores e orientando.(VAZ DOS SANTOS, ENTREVISTA).

Alemão vinha se dedicando ao Futebol de Salão desde 1960, jogando (como reserva) no Athenas, Drible e Santelmo. Após um acidente e se envolver numa briga, refugia-se no Rio de Janeiro entre 1965 a 1969 – quando retorna a São Luís, já como praticante de Judô. Na época, Fiscal de Rendas do Estado, ainda não trabalhava na área dos esportes, era apenas praticante do esporte: Vôlei e Basquete. O vôlei ainda não tinha fundado a sua federação, ainda, apenas o Basquete.

Já na década de 1960, e de acordo com Antonio Matos – um dos maiores nomes do Judô maranhense, junto com Cláudio Vaz, Emílio Moreira, e James Adler; praticavam no do-jo família Leite. Depois, surgiu o Major Vicente, o que é confirmado por Cláudio Vaz.

Lembremos que em 1968, Cláudio retorna do Rio de Janeiro, já como praticante de Judô. Com a chegada do Major Vicente é criada a Academia “Samurai”, que funcionava atrás do Ginásio Costa Rodrigues. Além de Cláudio, praticavam Marco Antonio Vieira da Silva, seu irmão Fabiano Vieira da Silva, Paulo “Juca Chaves” Miranda. Cláudio Vaz perdeu dois campeonatos para Paulo Miranda. O judô só era defensivo, como lembra Cláudio: “não valia pontos ofensivos, só valia a defesa, você sempre contra atacava, mas não valia o ataque, só valia a defesa”.

Em 1968 fez vestibular – o primeiro vestibular unificado que teve no Maranhão -, para Economia; nesse tempo o curso funcionava na Rua Afonso Pena, em frente ao jornal pequeno, era a Academia de Comércio.

Cláudio Alemão lembra que no ano de 1970 tiveram um problema, em que se envolveram vários dos amigos da época de juventude: Jaime Santana, Zé Reinaldo também atleta – Zé Reinaldo governador. O pai de Jaime Santana em 1970, ainda não era o governador. (VAZ DOS SANTOS, ENTREVISTA). Aqueles jovens precisaram da quadra do Ginásio Costa Rodrigues para treinar a Seleção de Basquete, que iria a Porto Alegre, mais precisamente a Santa Cruz do Sul; o técnico era o Chico Cunha, “Cearense”. Era mineiro, mas trabalhava no Ceará; e veio trabalhar aqui na época, Governo Sarney. Precisaram do Ginásio, e foram pedir. Foram informados de que não poderia ser cedido para os treinamentos da seleção porque estava tendo jogral; aí depois do jogral não podia, porque ia ter uma reunião. Cláudio não informa o nome da pessoa

Quando em 1970, Neiva Santana assumiu o governo, Jaime me chama – olha, tu vai ser Coordenador de Esporte da Prefeitura; Haroldo Tavares, nós começamos primeiro na Prefeitura, foi nosso primeiro passo, foi na Coordenação de Esportes, Haroldo Tavares, Prefeito de São Luís. (VAZ DOS SANTOS, ENTREVISTA).

Foi ai que eu entrei, fui dirigir pela primeira vez… Isso foi em 71, nós entramos no Governo, se não me engano, foi em março ou por aí; em setembro, nós tivemos o primeiro FEJ (Festival Esportivo da Juventude) Semana da Pátria, onde o Colégio São Luiz foi o primeiro campeão do FEJ, onde eu trabalhei.

[…] não tinha professor de Educação Física no Maranhão e eu queria fazer um trabalho de nível, eu tinha de pensar primeira coisa que tinha de ter, era o professor tanto para quem quisesse transferir conhecimento, então eu não tinha nada acadêmico, nada elevado nessa área aqui, só tinha professor já superado, dois que já não trabalhavam mais, Braga que era professor daqui [ETFM, hoje IF-MA] e não sei se era formado, Braga, Zé Rosa, Rinaldi Maia.

Aí foi que o Dimas começou, trabalhamos juntos, nós acumulávamos, nós éramos árbitros, técnicos. Tudo nós fazíamos, tanto o Dimas quanto o Laércio (de São Paulo) já me ajudou nessa época; foi o primeiro que veio para cá; o pessoal criou muito problema comigo porque eu estava enchendo de paulista. (VAZ DOS SANTOS, ENTREVISTA).

Aí teve o segundo FEJ, foi quando o Jaime criou o Departamento de Educação Física e Desportos, Pedro Neiva me nomeou no lugar da Mary Santos. Já foi no governo de Pedro Neiva, com Haroldo Tavares – que agora é que tu vais entender -, eu entrei primeiro na Prefeitura, Haroldo Tavares era cunhado de Pedro Neiva, irmão da mulher de Pedro Neiva, que é a mãe de Jaime Santana; então para que eu pudesse assumir o Estado, nesse tempo podia acumular; então criaram o Departamento de Educação Física e Deporto do Estado; saiu o Serviço [de Educação Física] para Departamento. Nesse tempo, na Secretaria de Cultura, o nível do Departamento era mais acima de Serviço, então para que eu fosse para o Estado foi criado o Departamento de Desporto do Estado, para que eu pudesse assumir, acabar o Serviço; então era novo o cargo e aí que eu fui para o Estado, eu acumulei Coordenador de Esporte da Prefeitura e Diretor do Departamento de Educação Física e Desporto do Estado, ligado à Secretaria de Educação, do professor Luis Rego; era o Secretario na época, professor Luís Rego, primeiro Secretário que eu trabalhei. Depois, eu trabalhei com o Magno Bacelar, que foi Secretário; e depois, com o Pedro Rocha Dantas Neto, que também foi Secretário.

Já em 72, fui nomeado Diretor do Departamento, onde foi que ficou o Departamento? Lá no Costa Rodrigues; ai eu transferi a Coordenação, acumulei no Costa Rodrigues, eu levei tudo para lá. Eu era Coordenador Diretor do Departamento de Educação Física do Estado e Presidente do Conselho Regional de Desportos.

Isso em 72, como era cargo de quem era diretor [do departamento de Educação Física], era o Presidente do C.R.D, automático; não tinha vínculo político nisso, era uma tradição de desporto ligado ao C.N.D (Conselho Nacional de Desporto), onde era [ptrsidente] o Brigadeiro Jerônimo Bastos…

Ai foi que eu fiz a minha equipe, aí foi que o Dimas entra com a parte principal, quando nós estávamos para fazer o segundo FEJ em 72; seria em setembro.

Dimas foi a Belo Horizonte, trouxe toda a informação, e o Maranhão podia participar do JEB’s em 72; ele trouxe em 71, ele foi no JEB’s em julho e trouxe….

Dimas me trouxe, eu organizei a primeira equipe com o Dimas, era do Handebol, primeira equipe que nós viajamos para o JEB’s; Ginástica Olímpica e Handebol, o Dimas; Coronel Alves, Basquete; Voleibol, Graça Hiluy; Coronel Alves antes era Major, foi isso para dar coletivo que eu levei foram 52 pessoas que eu levei, não levamos atletismo, natação, não levamos nada.

Muito bem, com o que Dimas me trouxe, me presenciei muito ao DED. Aí eu já tinha uma parte ativa comigo, porque eu precisava do Dimas, não só como técnico, mas também como conselheiro, porque como eu te falei, eu não sou formado; eu sempre procurava olhar uma pessoa que tivesse um conhecimento acadêmico para poder me orientar, é uma de nossas iniciativas foi justamente essa de criar esses jogos escolares, foi o primeiro e o segundo e depois nós o transformaremos em JEM’s, o primeiro JEM’s foi em 73, sempre tenho essa dúvida; o pessoal não guarda isso, mas o primeiro FEJ foi em71, o segundo FEJ em 72, e o primeiro JEM’s em 73. Por quê? Nós participamos do JEB’s e a sigla pesava, mas por bem achamos melhor mudar para JEM’s.

Jogos Estudantis Maranhenses foi que viemos, nós já tínhamos passado o primeiro e o segundo FEJ com sucesso, com a mudança, com a formação das escolas, a conscientização, que e a primeira coisa a nascer numa escola era a força da Educação Física através dos esportes, foi a maneira que nós encontramos de valorizar o Professor de Educação Física, ele que era praticamente um esquecido dentro da área educacional, achava – se que era desnecessária a Educação Física onde não se praticava nem a Educação Física, nem os esportes, nós criamos esses jogos para provocar nos colégios essa necessidade de se formar atletas, assim como também transmitir Educação Física e valorizar o professor, porque nós não tínhamos campo de trabalho para eles,e passou a ter; esse foi o ponto marcante do nosso trabalho, que realmente hoje, o que tem, começou ai, onde nós provocamos.

Nós íamos fazer uma Escola de Educação Física particular, já tinha toda a documentação, o professor Salgado deu para mim.

Como eu sentia a necessidade de ter professores formados e o que eu trazia eram poucos em relação à necessidade que nós tínhamos, nós achamos um início para formar a Escola de Educação Física particular… (VAZ DOS SANTOS, ENTREVISTA).

Como informa, precisava de massa crítica para concretizar seus planos de elevar o nível da Educação Física e dos Esportes. Recorreu à importação de professores graduados, já com alguma experiência e, ao mesclá-los com ‘da terra’, teria um grupo altamente qualificado.

Para Dimas

[…] o Cláudio Vaz começou a trazer esse pessoal de fora, em 74 ou 76, Laércio, Marcão, Biguá Vitché , então nessa época eu passei o Handebol praticamente para eles; então eu já vinha trabalhando em Ginástica Olímpica e passei a me dedicar mais à Ginástica Olímpica; trabalhava como professor de Educação Física – nessa época eu trabalhava muito com Natação também, principalmente em aulas particulares, em piscinas particulares – e o Laércio praticamente continuou o meu trabalho no Handebol no Maranhão, e aí eu passei a me dedicar mais à Ginástica Olímpica, à natação e às outras coisas… (DIMAS. Entrevistas).

Cláudio vai para Brasília no período de 1976 a 1979. Vai à disposição do Governo do Distrito Federal, indo trabalhar no DEFER, com cargo de assessor, e assumiu a U. D. E. – Associação Desportiva, e o complexo esportivo, como Diretor Administrativo no Ginásio Nilson Nelson. Lembra que na época da revolução, em que acabou a revolução, arrancaram o nome dele, e botaram Nilson Neves, Jornalista. Foi Diretor do Autódromo de Brasília.

1980 retorna a São Luís, trabalhar na Fundação Municipal de Esportes. Mauro Fecury assumira a Prefeitura de São Luis pela segunda vez e cria a Fundação Municipal de Esportes.

Logo após, Cláudio passa a trabalhar na SEDEL, conforme diz, “já foi mais um encosto meu”. Phil Camarão, Secretário de Esportes no Governo Lobão o nomeou Coordenador de Esporte:

Quando Paulo Marinho assumiu a prefeitura de Caxias, “ele disse”, coincidência: – “Você quer trabalhar comigo na Secretaria?”; respondi: “Eu vou”. Passou dois anos, quase três anos, com Paulo Marinho. Foi quando Marly Abdalla assumiu a Secretaria de Esportes e me convidou: – tu vai ser meu Coordenador de Esporte:

Já no Governo Roseana, o segundo governo: […] aí, Luisinho foi ser secretário, aí foi uma lástima para mim, eu não me dei bem com ele, a maneira que ele trabalhava e de lidar com as pessoas foi que eu me afastei, sai de lá. (VAZ DOS SANTOS, ENTREVISTA). Passou a trabalhar com o então Deputado Manoel Ribeiro, na função de Coordenador Parlamentar, se afastando da área do esporte: […] nesse governo de Roseana, primeiro eu fui muito ativo com a Marly, que era Secretaria e me deu muita força, onde eu trabalhei, agora, no segundo, eu não tive nenhuma posição de mando, eu fui marginalizado. (VAZ DOS SANTOS, ENTREVISTA).

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