A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou os deputados federais Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e Bosco Costa (PL-SE) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de envolvimento em um esquema de negociação de emendas parlamentares.
A denúncia aponta que os parlamentares estariam no topo de uma organização criminosa voltada para a comercialização indevida desses recursos, prática que configura corrupção passiva e organização criminosa.
De acordo com as investigações, os deputados teriam exigido R$ 1,66 milhão em propina para direcionar R$ 6,67 milhões em emendas ao município de São José de Ribamar (MA), enquanto Eudes Sampaio, então prefeito da cidade, teria sido pressionado a integrar o esquema.
O caso, que tramita sob sigilo, aguarda julgamento na Primeira Turma do STF, segundo informou o ministro Cristiano Zanin.
A denúncia da PGR cita áudios, mensagens e anotações apreendidas pela Polícia Federal, que indicam a influência de Josimar Maranhãozinho sobre emendas próprias e de outros parlamentares. Segundo a acusação, listas de controle de repasses e mensagens entre os envolvidos revelam a destinação e cobrança de valores, além da preocupação em ocultar movimentações financeiras.
O esquema também teria a participação do lobista José Batista Magalhães e do agiota Josival Cavalcanti, conhecido como Pacovan, assassinado em junho de 2024. Conforme a investigação, José Batista intermediava a liberação das emendas, enquanto Pacovan atuava na cobrança das propinas.
Os três parlamentares negam envolvimento no esquema e alegam falta de provas. Em defesa prévia, argumentam que a denúncia não comprova a autoria dos crimes e pedem a rejeição do processo.