Os novos tempos estão proporcionando acesso a todo tipo de conhecimento. Lembro-me, lá pela década de oitenta, quando a fonte de informação se limitava às bibliotecas e enciclopédias, privilégio de poucos que podiam ostentá-las em suas estantes. Hoje, temos o conhecimento das maiores universidades do mundo na palma da mão, mas o mais surpreendente é que a maioria não utiliza esses recursos para se informar, e sim para entretenimento. Perdem-se, assim, informações preciosas sobre cuidados pessoais e prevenção de doenças. O mais preocupante é o isolamento de muitos idosos que não sabem lidar com tecnologia e acabam confinados em apartamentos refrigerados, longe da terra e da luz solar. Esse estilo de vida colabora para o surgimento ou agravamento de enfermidades como osteoporose e diabetes, em boa parte decorrentes da carência de vitamina D. Para um idoso, é essencial tomar pelo menos três banhos de sol por semana.
Quando iniciei o curso de psicologia, meu interesse pela psicologia da saúde me levou a desenvolver estudos que denominei Penumbro Terapia Holística Epigenética, fundamentada na exposição à luz solar, na escuridão natural e no equilíbrio do relógio circadiano biológico. Durante as pesquisas, observei como a indústria farmacêutica frequentemente transforma médicos em meros prescritores de medicamentos, sem a preocupação de modificar hábitos e o próprio ambiente do paciente. Esse contexto me motivou a criar a Terapia Centrada no Ambiente (TCA), um método que visa reverter os impactos de uma vida urbana excessivamente artificial.
Estudos, como o realizado por Holick (2007), comprovam que a vitamina D desempenha papel fundamental na prevenção de osteoporose, na regulação do sistema imunológico e até na redução do risco de doenças crônicas. Além disso, a exposição ao sol auxilia na manutenção de um bom ritmo circadiano, fundamental para o equilíbrio hormonal e para a saúde mental, já que a melatonina, o hormônio do sono, depende de ciclos claros de luz e escuridão. Em idosos, a falta de contato com o sol e com ambientes naturais pode contribuir para o surgimento de doenças neurodegenerativas, incluindo o Alzheimer.
A TCA, como parte da Penumbro Terapia Holística Epigenética, enfatiza a necessidade de banhos de sol de 10 a 15 minutos, pelo menos três vezes por semana, além de uma hidratação adequada — cerca de dois litros de água por dia — e atividades como caminhadas em contato com a terra. Esses hábitos podem reduzir a dependência de medicamentos químicos, muitas vezes nocivos quando utilizados a longo prazo sem mudanças de estilo de vida. Ao alinhar corpo, mente e ambiente, o idoso consegue melhorar significativamente sua qualidade de vida.
Portanto, não se trata apenas de dar remédios ou de recomendar vitaminas em cápsulas. A verdadeira solução está na reconexão com a natureza, na luz solar como fonte vital de energia e na mudança de hábitos que permitam ao corpo funcionar em harmonia. A Penumbro Terapia Holística Epigenética surge como uma abordagem inovadora, demonstrando que, ao cuidar do ambiente em que vivemos — físico e emocional — podemos prevenir doenças, resgatar a vitalidade e devolver dignidade aos idosos que, por tanto tempo, têm sido esquecidos em “prisões” artificiais, longe do calor e da energia do sol.