Depois de seis adiamentos ao longo do processo, a Justiça finalmente condenou os acusados pelo assassinato de Ítalo Gabriel, ocorrido em outubro de 2021, na saída de um clube no bairro Parque Santa Lúcia, em Imperatriz.
Na noite desta sexta-feira (4), o Tribunal do Júri sentenciou Benigno Lima Vieira a 21 anos de prisão e Alef Araújo a 16 anos e 6 meses. Ambos já estavam presos preventivamente desde 2022 e, por isso, terão uma redução de pouco mais de dois anos no cumprimento total da pena.
Segundo a denúncia do Ministério Público, o crime foi premeditado e teria sido motivado por ciúmes envolvendo ex-namoradas da vítima que se relacionaram com os condenados. As investigações apontaram que Benigno efetuou os disparos, enquanto Alef forneceu informações para facilitar a execução.
Reviravoltas no processo
O julgamento do caso passou por seis adiamentos. O último ocorreu em março deste ano, após um dos advogados de defesa alegar abalo emocional, por conta do envolvimento do próprio filho em um crime grave — o homicídio e ocultação de cadáver do empresário Francisco de Assis Dias, conhecido como “Jackson”, dono de um lava-jato na cidade.
Em outro episódio, o julgamento chegou a ser anulado após 14 horas de sessão. O motivo foi uma infração do Ministério Público, que mencionou o direito ao silêncio do réu — algo proibido pelo artigo 478, inciso II, do Código de Processo Penal. A decisão foi assinada pelo juiz Glender Malheiros Guimarães, da 2ª Vara Criminal de Imperatriz.
Apesar de reconhecer o impacto dos sucessivos adiamentos, o magistrado destacou que o motivo alegado no último caso se enquadrava como “força maior, diante da surpresa e da imprevisibilidade dos fatos”.
Comoção e protestos
O assassinato de Ítalo Gabriel gerou grande repercussão em Imperatriz. Familiares e amigos da vítima organizaram diversas manifestações em frente à Delegacia Regional, cobrando agilidade nas investigações e punição aos responsáveis.