Nos últimos cinco anos, aprendemos mais sobre o cérebro humano do que nos últimos cinquenta, mas, paradoxalmente, estamos testemunhando uma epidemia de doenças neurodegenerativas e transtornos mentais sem precedentes. Quando iniciei meus estudos em Psicologia, minha admiração era voltada para Freud e suas teorias sobre o aparelho psíquico e o Complexo de Édipo. No entanto, com o tempo, meu interesse migrou para a neurociência, e percebi o quanto Freud já especulava sobre o princípio do prazer e o evitar da dor, fundamentos que explicam a compulsiva busca por entretenimento digital, pornografia, jogos, fast-food e outras formas de prazer imediato que escravizam a mente humana.
O estudo da Universidade de Oxford, que cunhou “brain rot” como a palavra do ano de 2024, alerta sobre os impactos devastadores da era digital no cérebro. Outro pesquisador, Michel Desmurget, autor do livro A Fábrica de Cretinos Digitais, revela que a geração digital apresenta o menor QI já registrado, resultado do uso excessivo das telas. Nunca antes tivemos tanto conhecimento ao nosso alcance, mas a realidade é que a tecnologia tem sido usada majoritariamente para entretenimento raso e vícios digitais, em vez de aprendizado e desenvolvimento.
Essa overdose de dopamina artificial e o bombardeio constante de informações irrelevantes estão apodrecendo o cérebro humano. A epidemia de Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas atinge faixas etárias cada vez mais jovens. O sistema atual não oferece soluções reais; ao contrário, perpetua ciclos viciosos de degradação cognitiva e emocional. Os jovens de hoje, imersos em telas, andam hipnotizados por um sistema que lhes rouba a capacidade de pensar criticamente, de interagir socialmente e de desenvolver resiliência emocional.
Diante desse cenário alarmante, desenvolvi a Penumbroterapia Holística Epigenética, que propõe a Terapia Centrada no Ambiente (TCA) como alternativa para reverter esse quadro. Através da regulação do ambiente, da exposição adequada à escuridão e à luz natural, da reflexão introspectiva e do resgate de hábitos saudáveis como a leitura e a escrita manual, é possível reativar marcadores epigenéticos saudáveis e recuperar a saúde mental.
O desafio é imenso, mas cada pequeno passo na direção certa pode transformar vidas. Precisamos urgentemente sair desse estado de anestesia digital e resgatar nossa humanidade antes que seja tarde demais.