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Falhas em serviços de saúde somam quase 400 mil ocorrências em um ano

Maranhão registrou mais de 11 mil casos, entre 2023 e 2024, segundo Organização Nacional de Acreditação.

Fonte: Com informações da ONA
Entre os erros mais graves estão a administração incorreta de medicamentos (Foto: Reprodução)

Entre agosto de 2023 e julho de 2024, o Brasil registrou 396.629 falhas em serviços de assistência à saúde. Os dados são da Organização Nacional de Acreditação (ONA), com base em notificações repassadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Entre os erros mais graves estão a administração incorreta de medicamentos – seja por dosagem ou tipo errado – e a realização de cirurgias em locais equivocados no corpo dos pacientes.

Também foram notificados casos de lesões por pressão, divididas em contusão (lesão dos tecidos moles), entorse (trauma ligamentar) e luxação (deslocamento de ossos da articulação). Os números apontam para desafios estruturais no sistema de saúde e reforçam a urgência da adoção de práticas que priorizem a segurança do paciente.

No Maranhão, foram notificadas 11.890 falhas no período analisado. Os principais registros envolvem problemas com cateter venoso (3.928), falhas diversas na assistência à saúde (2.816) e erros na identificação de pacientes (1.280).

Para reduzir a incidência desses eventos adversos, especialistas indicam a implementação de processos de acreditação hospitalar como uma das ferramentas mais eficazes. A medida estabelece protocolos de segurança e boas práticas assistenciais para padronizar procedimentos e evitar falhas.

Uma pesquisa recente realizada pela ONA com cerca de 100 instituições de saúde avaliou o impacto da adoção desses protocolos. Segundo a gerente de Operações da entidade, Gilvane Lolato, os resultados mostram quedas significativas em diferentes tipos de erros: falhas na administração de medicamentos diminuíram em 51%; erros na identificação de pacientes caíram 52%; infecções hospitalares reduziram 42%; falhas na prescrição médica caíram 35%; problemas de comunicação recuaram 37%; quedas de pacientes nos leitos tiveram redução de 33%; e houve queda de 45% nas falhas de esterilização de materiais e na manutenção de equipamentos.

“A acreditação exige mudança cultural e disciplina institucional. Ela aumenta a segurança no atendimento, melhora a precisão nos diagnósticos e contribui para reduzir falhas operacionais que podem comprometer a integridade dos pacientes e profissionais”, afirmou Gilvane.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 134 milhões de eventos adversos são registrados por ano em hospitais de países de baixa e média renda, provocando cerca de 2,6 milhões de mortes.

A situação da acreditação hospitalar no Brasil

Das mais de 380 mil organizações de saúde registradas no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), apenas 2.030 possuem algum tipo de acreditação, seja nacional ou internacional. A ONA detém 72,1% desse mercado, com a maioria dos estabelecimentos acreditados pertencendo à rede privada (68,4%). A gestão pública responde por 22,2%, a filantrópica por 8,3% e a militar por 0,1%.

No Maranhão, nove instituições já possuem selo de acreditação reconhecido. A lista completa pode ser consultada no site da ONA:


🔗 https://www.ona.org.br/mapa-de-acreditacoes/

Para acessar os dados detalhados dos incidentes registrados no Maranhão, o relatório da Anvisa está disponível em:


🔗 https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/servicosdesaude/relatorios-de-notificacao-dos-estados/eventos-adversos/2024/maranhao/view

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