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IPCA desacelera a 0,26% em maio mas aproxima de estouro da meta

Há expectativa no mercado sobre se o BC manterá a taxa Selic no patamar atual ou promoverá um novo aumento de 0,25 ponto percentual

Fonte: Da redação


A inflação oficial brasileira registrou desaceleração significativa em maio, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingindo 0,26%, uma queda expressiva em relação aos 0,43% registrados em abril. Os dados foram divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado ficou abaixo da mediana das projeções dos analistas do mercado financeiro, que esperavam 0,32% para o período, segundo a agência Bloomberg. As estimativas variavam entre 0,26% e 0,43%, colocando o índice no limite inferior das expectativas.

A taxa de maio representa a menor variação para o mês desde 2023, quando foi registrado 0,23%. O alívio na comparação com abril foi impulsionado principalmente pela perda de força dos preços dos alimentos, além da queda nas passagens aéreas e nos combustíveis, incluindo a gasolina.

No acumulado de 12 meses, o IPCA passou a registrar variação de 5,32% até maio, recuando em relação aos 5,53% verificados até abril. Apesar da melhora, o índice continua acima do teto de 4,5% estabelecido pela meta de inflação, mantendo a pressão sobre a política monetária.

Em resposta à persistência da inflação elevada, o Banco Central promoveu um ciclo agressivo de elevação da taxa básica de juros, levando a Selic ao patamar atual de 14,75% ao ano, o maior nível em quase duas décadas. O Comitê de Política Monetária (Copom) volta a se reunir na próxima semana, nos dias 17 e 18 de junho, para definir os rumos da política monetária.

Há expectativa no mercado sobre se o colegiado manterá a taxa Selic no patamar atual ou promoverá um novo aumento de 0,25 ponto percentual, elevando-a para 15% ao ano. A estratégia de choque de juros busca esfriar a demanda por bens e serviços, reduzindo assim a pressão inflacionária, embora o possível efeito colateral seja a perda de dinamismo da atividade econômica devido ao encarecimento do crédito para consumo e investimentos produtivos.

A partir de 2025, o Banco Central passou a perseguir a meta de inflação de maneira contínua, abandonando o modelo de ano-calendário que vigorava anteriormente. No novo sistema, o alvo será considerado descumprido quando o IPCA acumulado em 12 meses permanecer por seis meses consecutivos fora do intervalo de tolerância, que varia entre 1,5% (piso) e 4,5% (teto), com centro da meta fixado em 3%.

O IPCA manteve-se acima de 4,5% nas cinco primeiras divulgações de 2025, aproximando-se perigosamente do estouro do alvo em junho. Caso a meta seja descumprida, o presidente do Banco Central deverá elaborar uma carta explicando os motivos do descumprimento.

As projeções do mercado financeiro, conforme a edição mais recente do boletim Focus divulgada na segunda-feira pelo Banco Central, apontam para um IPCA de 5,44% no fechamento deste ano. Embora essa previsão tenha caído pela segunda semana consecutiva, ainda permanece distante do teto de 4,5% da meta, evidenciando os desafios persistentes no controle da inflação brasileira.

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