(Por Letícia Bogéa – Analista de Economia do Boletim Nacional)
Quando você começa a se envolver com o mercado financeiro você entende que antes de começar a investir o primeiro passo é definir seu perfil de investidor. Essa análise é fundamental para alinhar expectativas e evitar escolhas incompatíveis com seus objetivos e sua tolerância ao risco. Sem esse autoconhecimento, a chance de frustração e perdas desnecessárias aumenta.
É justamente por isso que enfatizo nos meus textos que o autoconhecimento é a base para qualquer jornada de investimento. Entender sua relação com o dinheiro muda todo o cenário.
Existe uma relação direta entre risco e retorno no mercado financeiro. Quanto maior a rentabilidade esperada, maior também o risco envolvido. Por isso, investidores com perfil mais defensivo/conservador tendem a priorizar liquidez e segurança, mesmo que isso signifique ganhos menores.
Nenhum ativo oferece, ao mesmo tempo, alta rentabilidade, liquidez imediata e segurança total. É preciso que o investidor defina qual fator terá mais peso em sua estratégia.
Acredito, sim, que cada um tem seu perfil. Mas, acredito também que à medida que o investidor entende melhor o funcionamento do mercado, sente-se mais confiante para assumir riscos e diversificar suas aplicações. É um caminho natural. Arriscar exige mais do que disposição, exige conhecimento e planejamento.
Lembre-se: confiança não deve ser confundida com imprudência. Mesmo ao assumir riscos, é preciso agir com responsabilidade e cautela. Todo investimento envolve a possibilidade de perdas, e somente a disciplina na gestão do capital garante a proteção do patrimônio e a sustentabilidade financeira no longo prazo.
Investir é equilíbrio: nem excesso de confiança, nem medo. Ter maturidade financeira é reconhecer o momento certo de cada decisão.