A aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu para 46% em agosto, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (20). O resultado representa um avanço de três pontos percentuais em relação a julho (43%) e marca o maior patamar desde janeiro. Já a desaprovação caiu de 53% para 51% no mesmo período.
A melhora do desempenho coincide com a percepção mais positiva sobre a economia e a condução do governo diante da crise comercial com os Estados Unidos. Em julho, 43% dos entrevistados acreditavam que a economia iria piorar nos próximos 12 meses; agora, esse percentual caiu para 40%, empatando com os que projetam melhora.
Outro fator relevante foi a redução da pressão sobre os preços dos alimentos, tema que vinha afetando a popularidade de Lula. Em julho, 76% afirmavam que os preços haviam subido, contra 60% em agosto. Já a parcela dos que disseram que houve queda passou de 8% para 18%.
No embate com o presidente norte-americano Donald Trump, que impôs uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, a maioria dos entrevistados apoiou a postura de Lula. Para 71%, Trump está errado em aplicar a medida, e 48% consideram que Lula e o PT estão agindo de forma correta na defesa do Brasil. Apenas 28% apontaram Jair Bolsonaro e seus aliados como o “lado certo” nessa disputa.
A pesquisa também revelou que 67% defendem a busca por uma solução negociada com os EUA, enquanto apenas 26% apoiam uma retaliação com novas tarifas. A atuação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem feito articulações em Washington em defesa do pai, foi mal avaliada: 69% acreditam que ele defende apenas interesses próprios e familiares, e não os do país.
O levantamento mostra ainda que a percepção sobre a possibilidade de Trump reverter a inelegibilidade de Bolsonaro permanece negativa. 55% dos entrevistados não acreditam nessa hipótese, contra 36% que avaliam como possível.
A sondagem entrevistou 2.004 pessoas em todo o país entre os dias 13 e 17 de agosto, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.