O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a colocar em pauta a ideia de transporte público gratuito no país. Durante reunião ministerial nesta terça-feira (26), ele solicitou ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cálculos para avaliar a viabilidade de um programa nacional de tarifa zero ou com valor simbólico.
Segundo relatos, Lula admitiu que a proposta enfrenta dificuldades orçamentárias, mas afirmou que não descansará até ver “os números na ponta do lápis”. Uma das alternativas em análise seria iniciar a medida em caráter parcial, aos domingos e feriados, com o objetivo de garantir a mobilidade de quem não tem condições de arcar com o valor da passagem.
Na reunião, o presidente citou como inspiração experiências anteriores no Brasil. Em Maricá (RJ), administrada pelo PT, a gratuidade nos ônibus e vans está em vigor desde 2014. Já Campinas (SP) adotou redução tarifária nos anos 1990, durante a gestão de Jacó Bittar, aliado histórico de Lula. Mais recentemente, São Paulo lançou o programa Domingão Tarifa Zero, em dezembro de 2023. Até março de 2024, a iniciativa da gestão Ricardo Nunes (MDB) registrava 202 milhões de viagens gratuitas e se consolidou como uma de suas principais marcas políticas.
O entusiasmo de Lula também foi alimentado por conversas com Jilmar Tatto, atual vice-presidente do PT e defensor da proposta. Tatto destacou ao presidente que o vale-transporte, apesar de oferecer isenção fiscal às empresas, atende apenas a uma parcela dos trabalhadores, deixando grande parte da população descoberta.
Embora ainda em fase embrionária, a ideia agrada ao setor de transportes e poderia ganhar força como política social. No entanto, sua implementação dependerá do equilíbrio fiscal e da busca por fontes de financiamento que sustentem o modelo em escala nacional.