A Justiça determinou que Jordélia Pereira Barbosa, acusada de envenenar uma família em Imperatriz utilizando um ovo de Páscoa, será julgada pelo Tribunal do Júri. A decisão foi proferida pelo juiz Glender Malheiros, titular da 2ª Vara Criminal e respondendo pela 3ª Vara da comarca. Ainda não há data para o julgamento.
Segundo o magistrado, as provas reunidas no processo apontam indícios suficientes de autoria e materialidade para que a acusada seja submetida ao julgamento popular. “A legislação processual penal dispõe que, para levar o acusado a julgamento pelo Tribunal do Júri, deverá o juiz estar convencido da materialidade do crime e da existência de indícios de quem seja o autor”, destacou.
O crime
O caso aconteceu em 16 de abril deste ano, no bairro Mutirão. De acordo com a denúncia, Jordélia teria enviado, por meio de um mototaxista, um ovo de Páscoa envenenado para a residência de Mirian Lira Rocha. O presente vinha acompanhado de um bilhete com a mensagem: “Com amor para Mirian Lira. Feliz Páscoa!!!”.
Após consumirem o chocolate, Mirian e os filhos, Luiz Fernando e Evillyn, passaram mal e foram internados no Hospital Municipal de Imperatriz. Luiz Fernando morreu no dia seguinte, e Evillyn, em 22 de abril. Mirian sobreviveu após permanecer internada em estado grave na UTI.
Após o crime, Jordélia tentou fugir para Santa Inês, mas foi presa em flagrante dentro de um ônibus. Com ela, foram apreendidos perucas, óculos, crachá falso, bilhetes de passagem, utensílios de cozinha e um frasco com a substância tóxica.
Defesa e acusações
Na audiência de instrução, realizada em 14 de agosto, foram ouvidas vítimas e testemunhas, além do interrogatório da ré. A defesa solicitou exame psicológico para avaliar possível inimputabilidade, mas o pedido foi negado pelo juiz, que não encontrou indícios que justificassem a medida.
Nas alegações finais, os advogados de Jordélia pediram a impronúncia da acusada ou a desclassificação dos crimes de homicídio doloso para culposo, alegando insuficiência de provas e confissão parcial da ré. Também solicitaram que ela responda ao processo em liberdade.
Já o Ministério Público apontou que as provas reunidas — incluindo laudos cadavéricos, exames toxicológicos, perícias e imagens de câmeras de segurança — indicam que Jordélia planejou e executou o envenenamento. A denúncia destacou ainda que a morte de Mirian só não ocorreu devido ao rápido atendimento médico.