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Servidores do TJMA são afastados por vínculos privados com tabelião investigado

PF cumpriu ordens do CNJ, em ação que integra processo de irregularidades atribuídas a Aurino da Rocha Luz.

Fonte: Redação

A Polícia Federal cumpriu, nesta quarta-feira (10), determinações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) dentro das investigações que envolvem o delegatário do 1º Ofício de Registro de Imóveis e Notas de Caxias, Aurino da Rocha Luz. As diligências ocorreram em gabinetes do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) e culminaram no afastamento de três servidores que mantiveram transações particulares com o tabelião, investigado por uma série de irregularidades administrativas e penais.

Segundo informações do site Direito e Ordem, o grupo afastado teria realizado negociações privadas com Aurino — incluindo compra de veículo UTV, negociação de precatório e outra transação individual. Para o CNJ, as relações são incompatíveis com a função pública e comprometem a confiança institucional, motivo pelo qual o afastamento foi decidido de forma unânime. A presença da Polícia Federal nos gabinetes faz parte das medidas cautelares destinadas a instruir o procedimento disciplinar.

Na terça-feira (9), o CNJ deliberou pela abertura de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra Aurino e pela manutenção de seu afastamento cautelar. O corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell Marques, afirmou que as condutas atribuídas ao delegatário são “extremamente graves e continuadas”, indicando favorecimento à própria família e descumprimento reiterado de deveres funcionais. Aurino já acumula dois outros PADs, um deles com punição de suspensão.

Paralelamente, o tabelião responde a duas denúncias criminais oferecidas pelo Ministério Público do Maranhão em junho. Ele é acusado de falsificação de documentos em operações imobiliárias avaliadas em R$ 3,5 milhões e de cobrar emolumentos acima da tabela em pelo menos 12 ocasiões, gerando prejuízo financeiro a usuários do cartório. Promotores apontam que, entre 2020 e 2022, Aurino teria utilizado sua posição para beneficiar a empresa da esposa e das filhas, reduzindo artificialmente valores declarados e diminuindo impostos e taxas.

A defesa do delegatário, representada pelo advogado Einstein Sepúlveda, nega todas as acusações e afirma que Aurino é alvo de perseguição política. Segundo o defensor, um dos procedimentos já foi arquivado pelo Ministério Público por ausência de prejuízo ao erário, e novos elementos de defesa serão apresentados no curso das investigações.

Até o momento o TJMA nem o desembargador Jamil Gedeon se manifestaram sobre o caso. O espaço segue aberto para possíveis esclarecimentos.

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