Cochrane garantiu, pelo mar, a Independência do Brasil e a conquista do Maranhão

Na verdade, a autêntica batalha para a independência se deu na costa brasileira, mais precisamente nas províncias que tinham ligação direta com a metrópole: Bahia, Pernambuco, Maranhão e Pará.

Fonte: Redação

O Maranhão levou quase um ano para aderir à nossa emancipação política, o que ocorreu somente em 28 de julho de 1823. Na verdade, a autêntica batalha para a independência se deu na costa brasileira, mais precisamente nas províncias que tinham ligação direta com a metrópole: Bahia, Pernambuco, Maranhão e Pará.

A controvertida participaçãomaranhense é apenas uma breve história, dentro de nossa história maior e mais abrangente. Porém, não o é menos importante e significativa, até pela polêmica que ainda hoje causa a figura de Lord Cochrane entre alguns historiadores brasileiros e, particularmente, os do Maranhão, que não lhe poupam referências depreciativas.

Mas é preciso que haja uma correta percepção dos fatos históricos, especialmente relacionados à Independência do Brasil e a conflituosa anuência maranhense, e isso só será possível com a consulta a fontes históricas diversas, debates isentos e estudos mais acurados.

CRONOLOGIA DAS AÇÕES DE THOMAS COCHRANE NA MARINHA BRASILEIRA VINCULADA À ADESÃO DO MARANHÃO À INDEPENDÊNCIA

13.11.1822   –  D.Pedro I, por sugestão de José Bonifácio, envia carta-convite para Thomas Cochrane ingressar ao serviço do governo imperial brasileiro;

11.12.1822  –  Decreto de S.M.I. autoriza o confisco das presas de guerra à Coroa, porém revertido à Esquadra comanda por Cocrhane;

12.02.1823   –  É firmado um acordo entre D.Pedro I e Lord Cochrane sobre presas;

21.03.1823   –   Decreto Imperial nomeia Lord Cochrane 1º Almirante da Armada Nacional e Imperial. No referido Decreto lê-se: “Sendo bem notório o valor, inteligência, atividade, e mais partes que concorrem no Almirante Lord Cochrane, que tanto se tem distinguido nos diferentes serviços de que tem sido encarregado, dando provas da maior bravura e intrepidez; e atendendo quanto será vantajoso para este Império aproveitar o reconhecido préstimo de um oficial tão benemérito: Hei por bem conferir-lhe a patente de Primeiro Almirante da Armada Nacional e Imperial…”

02.04.1823 – Parte do Rio de Janeiro a Nau Pedro I com mais de 600 praças. Além da capitânia, a Esquadra possuía 3 fragatas, 2 corvetas, 4 brigues e 3 escunas, nem todas em bom estado.

28.07. 1823 – Maranhão adere à Independência por injunção direta e inquestionável de Cochrane;

20.09. 1823 – No retorno ao Rio de Janeiro, recebe o título de Marquês do Maranhão e a condecoração com a grã-cruz da Ordem do Cruzeiro do Sul. Ao outorgar o título nobiliárquico, D. Pedro I ressaltou que o fazia “por altos e extraordinários serviços em benefício do generoso povo brasileiro, que sempre conservará viva a memória de tão ilustres feitos”. Nesse seu retorno ao Rio, Cochrane faz a entrega dos bens apresados:78 navios e mercadorias no valor de 250.000 libras esterlinas!! VASCO MARIZ relata que achegada ao Rio de Janeiro dessa imensa frota de navios apresados no Maranhão “encheu de velas a Baía de Guanabara e causou sensação na capital”.

O RETORNO AO MARANHÃO:

13.08.1824 – Parte do Rio de Janeiro para enfrentar a “Confederação do Equador” que reunia as Províncias de Alagoas ao Ceará que queriam a independência da região com a formação de um novo País, com a forma republicana de governo. Tinha como epicentro a Província de Pernambuco. Os revoltosos se opuseram à dissolução da Assembleia Constituinte e à forma autoritária com que a Constituição de 1824 fora outorgada pelo Imperador.

09.11.1824 – Cochrane chega ao Maranhão, recebe uma manifestação de 78 senhoras de São Luís, destitui a Junta provisória liderada por Bruce e instalada no ano anterior, entrega o comando da Província a Manuel Teles da Silva Lobo e impede a posse do novo presidente José da Costa Barros.

20.01.1825 –  Cochrane requer o pagamento de 106 mil contos de réis, ¼ do que dizia lhe ser devido. Apresentou a conta com a relação geral dos dinheiros e mais propriedades apreendidas pela Esquadra na ocasião da capitulação das autoridades portuguesas do Maranhão. Fez juntar, ainda, Decreto de S.M.I., de 11 de dezembro de 1822 que autorizara o confisco à Coroa, mas que deveriam ser concedidas à Esquadra conforme documento escrito à mão por D. Pedro I.

03.02.1825 – Com o voto contrário de dois dos seus membros (Deputado Desembargador Chanceler interino André Gonçalves de Sousa e o Tesoureiro-Geral Manuel Gomes da Silva Belfort), que entendiam que só ao Governo Imperial cabia decidir da matéria, a Junta decidiu pagar o Almirante sob o argumento de que não havia recebido de D. Pedro I nenhuma ordem em contrário após os ofícios que lhe foram dirigidos a respeito da exigência do Marquês do Maranhão.

07.02.1825 – Parte para a Inglaterra quatro dias depois de receber o pagamento. Cochrane entregou o comando da Nau Pedro I a David Jewett, e zarpou rumo à Europa na Fragata Piranga.

29.08.1825 – É firmado o Tratado do Rio de Janeiro, chamado Tratado Luso-Brasileiro ou Tratado de Paz, Amizade e Aliança. O acordo bilateral entre o Império do Brasil e o Reino de Portugal reconheceu a Independência brasileira e p ôs fim à guerra e às hostilidades entre as duas Nações. O Brasil pagou à Portugal, na ocasião, a título de indenização, 2 milhões de libras esterlinas.

10.04.1827 – É demitido formalmente da força naval brasileira quase dois anos depois de ter deixado o Brasil.

Fonte: Livro “Lord Cochrane – e a adesão do Maranhão à Independência do Brasil”. São Luís, 2023, SVT Editora. Tamer, Sergio; Montello, Josué; Couto Corrêa, José Rossini.

 

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