Ansiedade, qualidade do sono e compulsão alimentar em adultos com sobrepeso ou obesidade

A OMS estima que, em
2023, mais de 2,9 bilhões de adultos maiores de 18 anos tinham excesso de peso mundialmente,
dos quais 650 milhões eram obesos

Fonte: Dr. Romulo Pavão

A prevalência mundial da obesidade vem aumentando entre adultos tanto nos países
desenvolvidos quanto em desenvolvimento, tendo triplicado desde 1975(1). A OMS estima que, em
2023, mais de 2,9 bilhões de adultos maiores de 18 anos tinham excesso de peso mundialmente,
dos quais 650 milhões eram obesos.

No Brasil, dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por
Inquérito Telefônico do Brasil (Vigitel) de 2020 mostram que a prevalência de excesso de peso na
população adulta foi de 52,8%, sendo maior entre os homens (57,7%) do que entre as mulheres
(50,5%), enquanto a prevalência da obesidade foi de 18,9%, sendo ligeiramente maior em
mulheres (19,6%) do que em homens (18,1%).

O excesso de peso é importante fator de risco para doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT),
tais como doenças cardiovasculares (principalmente doença arterial coronariana e acidente
vascular cerebral), que foram a principal causa de morte em 2012 e 2018 no mundo. Seguindo
essa tendência mundial, as DCNT foram a causa de aproximadamente 72,7% dos óbitos
registrados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) no Brasil de 2000 a 2019. Entre
as causas de óbito analisadas, as mais frequentes foram as doenças cardiovasculares (30,4%),
as neoplasias (16,4%), as doenças respiratórias (6%) e o diabetes (5,3%). Em conjunto, essas
quatro doenças representam 79,8% dos óbitos por DCNT no Brasil.

Portanto, a obesidade está associada com aumento do risco de morbimortalidade e redução da
expectativa de vida, contribuindo para resultados negativos de saúde e incapacidades físicas,
além de prejuízos individuais e sociais e gastos crescentes com o tratamento de suas
consequências. Estima-se que de 2 a 6% dos gastos mundiais em tratamentos de saúde sejam
destinados a condições relacionadas à obesidade).
.
Em função da gravidade do tema DCNT e seu impacto sobre os sistemas de saúde e a sociedade,
a Organização das Nações Unidas (ONU) o incluiu na nova agenda de prioridades, denominada
“Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, em 2015. Entre os objetivos propostos, estão a
redução em um terço da mortalidade prematura por DCNT via prevenção e tratamento, com
promoção da saúde mental e o bem-estar, até 2030.

Percebe-se, assim, a necessidade de se assegurar que investigações, planejamentos, políticas e
investimentos estejam voltados, em caráter urgente e prioritário, a esse grupo de agravos a fim
de fornecer uma resposta acertada aos desafios que se colocam atualmente.

No âmbito nacional, por meio do Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das DCNT,
foram priorizadas ações e investimentos necessários. Estabeleceram-se metas e compromissos
a serem assumidos pelo Brasil, preparando o país para os desafios das DCNT e seus fatores de
risco para os próximos anos.

Frente ao exposto, é inegável a relevância da epidemia de excesso de peso para a saúde pública
brasileira e a urgência da busca por maior capacidade e competência para o enfrentamento efetivo
desse agravo.

Em virtude de a obesidade ser uma doença complexa e multifatorial, seu tratamento é de difícil
manejo por envolver mudanças no estilo de vida relacionadas à alimentação e prática de
exercícios físicos. Por isso, há necessidade de investigação de fatores que digam respeito não só
ao peso, mas também a doenças e/ou sintomas associados nas diversas culturas e cenários,
visando sempre a melhoria na qualidade de vida desses indivíduos.

Para além das associações citadas, evidências mostram que a obesidade está associada a um
risco aumentado de se desenvolver outros distúrbios, como transtorno de ansiedade e depressão
também se mostra associada ao comportamento compulsivo, caracterizado por episódios
recorrentes de ingestão de quantidades anormalmente grandes de comida, com sofrimento
associado e ausência de comportamentos compensatórios. Outro sinal comumente associado à
obesidade é o desequilíbrio no comportamento do sono, caracterizado principalmente por sua
curta duração, que também se relaciona à compulsão alimentar nestes indivíduos.

Apesar das associações demonstradas, há necessidade de desvelar o comportamento destas
variáveis considerando as faixas etárias, com um olhar cada vez mais individualizado, respeitando
as diferenças socioculturais da nossa população. Desta forma, o objetivo deste estudo foi analisar
a relação da ansiedade com a compulsão alimentar e a qualidade do sono em adultos com
sobrepeso ou obesidade.

Dr. Rômulo Pavão – Emagrecimento & Performace
Idealizador e coordenador do programa antiobesidade
CRM-MA:10517

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