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Casos de Ozempic falsificados são identificados no Brasil

Há indícios de que canetas de insulina foram readesivadas com rótulos do medicamento

Fonte: Da redação


Casos de falsificação do medicamento Ozempic, originalmente indicado para o tratamento da diabetes tipo 2, mas amplamente utilizado para perda de peso, foram identificados no Rio de Janeiro e em Brasília, gerando vítimas. Na última quinta-feira (17), uma economista de 46 anos foi internada no Hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro, com um quadro grave de hipoglicemia, supostamente causado pelo uso de uma versão falsificada do medicamento.

A paciente relatou que adquiriu o remédio em uma farmácia na zona sul do Rio. A Polícia Civil já instaurou inquérito e encaminhou o produto para perícia. Segundo a fabricante do Ozempic, a Novo Nordisk, há indícios de que canetas de insulina Fiasp e FlexTouch foram adulteradas, com rótulos de Ozempic sendo colocados em canetas falsas. A empresa está colaborando com as investigações.

Sintomas graves e investigação em andamento

A paciente começou a se sentir desorientada, tonta, com frio e lábios roxos após utilizar uma das seringas da última caixa comprada. Ela utiliza o Ozempic há um ano com acompanhamento médico, mas nunca havia apresentado esses sintomas antes. Ao chegar ao hospital, seu quadro clínico grave e de difícil identificação levou os médicos a suspeitarem de um remédio falsificado, principalmente após um alerta recente da Novo Nordisk sobre falsificações.

A paciente se recuperou e recebeu alta na sexta-feira (18). A Rede D’Or emitiu um comunicado para seus hospitais alertando sobre possíveis atendimentos de casos relacionados ao uso de Ozempic falsificado, orientando as equipes a tomarem medidas preventivas, como informar os pacientes sobre os perigos de adquirir medicamentos em locais não regulamentados e a importância de comprá-los em farmácias credenciadas.

Alerta global e atuação da Anvisa

Em janeiro deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre o aumento de falsificações de Ozempic e Wegovy, ambos fabricados pela Novo Nordisk. No Brasil, a Anvisa já identificou três lotes falsificados, e as autoridades continuam monitorando o mercado para evitar novos casos.

A crescente falsificação desses medicamentos reforça a necessidade de precaução na hora de adquiri-los, além de ações mais intensas por parte das autoridades para coibir a comercialização de produtos adulterados que podem causar sérios riscos à saúde.

A organização mundial atribuiu a alta de remédios falsos à escassez global dos produtos injetáveis indicados para o tratamento da diabetes tipo 2 e, às vezes, aprovados para a perda de peso. “A escassez afeta negativamente o acesso a produtos médicos e cria um vácuo que muitas vezes é preenchido por versões falsificadas”, diz.

Em São Paulo, a ação de quadrilhas especializadas em medicamentos de alto custo miram o Ozempic em decorrência da alta procura. Os roubos têm feito com que drogarias reduzam o estoque em suas unidades. Há casos em que farmácias foram assaltadas mais de cinco vezes pelo mesmo criminoso. A fabricante do medicamento também reforçou a segurança no transporte do produto.

Em nota, a Novo Nordisk orienta que qualquer pessoa que tenha adquirido Ozempic atente-se aos detalhes da caneta antes da aplicação. A caneta de Ozempic é de cor azul clara, com o botão de aplicação cinza. Já a caneta de Fiasp é azul escura, com botão laranja.

Para se proteger de casos de falsificação, na hora da compra, a farmacêutica recomenda que as pessoas desconfiem sempre de sites e canais não licenciados pela Anvisa para comercialização de medicamentos e que usam os nomes das marcas e/ou adotam aplicativos de vendas e redes sociais para ofertar os produtos.

Também pede atenção se a embalagem do medicamento estiver visivelmente alterada, em idioma estrangeiro, com aparência farmacêutica (apresentação) diferente da registrada e com informações incorretas sobre o produto Ozempic é vendido apenas em canetas pré-preenchidas injetáveis.

Preços muito abaixo dos aprovados pelo governo brasileiro também devem despertar desconfiança, diz a farmacêutica.

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