Os dentes são estruturas fixas rígidas mas que podem sofrer desgaste gradual ao longo do tempo. A camada mais externa dos dentes é o esmalte (2 a 3 mm) que é a estrutura mais dura do corpo, mais até que o osso, logo abaixo dela a camada seguinte é a dentina.
Em condições normais na boca como é em uma dentição completa e mordida satisfatória, o desgaste dos dentes é isiológico, lento e geralmente imperceptível, resultado da ação natural do uso e do tempo, da mastigação, pelo atrito entre os dentes e com os alimentos; pois o esmalte não se regenera. Existem condições que agravam e aceleram o desgaste dental, como a ausência de dentes. A quantidade de dentes ausentes influencia bastante.
A nossa dentição é formada por grupos de dentes com funções definidas para corte, apreensão e trituração; cada componente perdido compromete a função dessa engrenagem e sobrecarrega os dentes remanescentes, o que consequentemente pode provocar desgastes estruturais incalculáveis. O bruxismo, transtorno caracterizado pelo ato
inconsciente de apertar e de ranger os dentes é uma das principais causas dos desgastes dentais. Essa alteração sem tratamento pode reduzir bastante o tamanho dos dentes podendo levar inclusive a perda total do esmalte atingindo a dentina, que diferentemente do esmalte, ela é uma camada sensível, naturalmente protegida pelo esmalte em dentes
íntegros.
A atrição pelo uso de objetos como palitos, canetas e alguns instrumentos musicais também podem provocar desgastes; a erosão em decorrência da ingestão de alimentos ácidos (frutas cítricas e refrigerantes em excesso) também é uma vilã. As próteses mal adaptadas e mal planejadas agridem os dentes da mesma forma. A ocorrência
de vários fatores em um mesmo paciente é uma combinação desastrosa e com elevado potencial destruidor.
O desgaste também pode acometer próteses levando a perda de porcelanas e resinas. Os dentes desgastados têm a função e a estética comprometidas, se tornam diminutos, achatados quadrados, mais escuros, desalinhados e sensíveis, além disso, haverá perda de dimensão vertical da boca, com potencial para afetar as articulações
e provocar dores de cabeça. O tratamento dos desgaste dentais envolve primeiramente diagnosticar e tratar a causa, costuma se indicar o uso de placas de acrílico, aparelhos ortodônticos, relaxantes musculares e fisioterapias. Em seguida, simultaneamente ou mesmo no início do tratamento, devemos recompor as camadas perdidas dos dentes com restaurações, facetas e coroas, restaurando o tamanho normal dos dentes.
Dentes ausentes precisarão ser de fato substituídos por implantes ou ou mesmo por próteses
convencionais.