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Fufuca desafia PP, perde comando do partido no Maranhão e reafirma apoio a Lula em 2026

Ciro Nogueira retira Fufuca da vice-presidência do PP e do comando do diretório maranhense

Fonte: Da redação

O ministro do Esporte, André Fufuca (PP-MA), decidiu permanecer no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo sob forte pressão da cúpula do Progressistas (PP). A decisão lhe custou o comando do diretório do partido no Maranhão e a vice-presidência nacional da legenda, conforme comunicado divulgado nesta quarta-feira (8) pelo presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI).

“Diante da decisão de desobedecer a orientação da Executiva Nacional do partido e permanecer no Ministério do Esporte, o ministro André Fufuca fica, a partir de agora, afastado de todas as decisões partidárias, bem como da vice-presidência nacional do partido”, afirmou Nogueira em nota.

O senador anunciou ainda intervenção no diretório maranhense, retirando Fufuca do comando local. Segundo ele, o PP “não fará parte do atual governo, com o qual não nutre qualquer identificação ideológica ou programática”.

A punição ocorre no contexto da federação entre o PP e o União Brasil, costurada para fortalecer as siglas nas eleições de 2026. A nova aliança determinou que todos os filiados que ocupam cargos no governo Lula devem se desligar de suas funções — sob risco de expulsão.

Apesar do ultimato, Fufuca preferiu desafiar o partido e continuar como ministro, apostando no apoio de Lula para disputar uma vaga no Senado em 2026. O gesto foi visto como estratégico, já que o presidente tem recuperado popularidade nas últimas pesquisas e busca fortalecer palanques regionais no Nordeste.

Na segunda-feira (6), Fufuca apareceu ao lado de Lula durante a entrega de unidades do Minha Casa, Minha Vida, em Imperatriz (MA), onde declarou publicamente apoio ao presidente.

“Eu falo em alto e bom som: eu estou com Lula. O Lula do Bolsa Família, do Mais Médicos, do Fies, do Prouni. O Lula que tirou o filho do pobre da rua e colocou na faculdade. É esse Lula que eu apoio”, afirmou o ministro em discurso.

O ministro ainda fez referência indireta ao rompimento com o PP ao dizer que, em 2026, estará “amarrado” partidariamente, mas “livre de corpo e alma” para apoiar Lula:

“Em 2022, eu cometi um erro. Agora, em 2026, pode ser que o meu corpo esteja amarrado, mas a minha alma, o meu coração e a minha força de vontade estarão livres para ajudar Lula a ser presidente do Brasil.”

A decisão do PP antecipa uma disputa interna no diretório maranhense, que deve passar ao controle do deputado Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) — aliado de Ciro Nogueira e potencial candidato ao Senado pela federação. Apesar da destituição, dirigentes da legenda afirmam que não pretendem expulsar Fufuca.

A crise ocorre em meio à estratégia de Lula de aprofundar o diálogo com o Centrão, mesmo com a resistência das cúpulas partidárias. O presidente tem apostado nas divisões internas de PP e União Brasil para manter apoio parlamentar sem abrir mão de ministros aliados, como Celso Sabino (Turismo) e o próprio Fufuca.

Em reuniões internas, Lula já reclamou da postura dos líderes do Centrão, como Antonio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira, e afirmou que não irá “implorar” por apoio político. A avaliação no Planalto é que o fortalecimento regional de ministros aliados poderá pesar mais nas urnas em 2026 do que as resistências formais das cúpulas partidárias.

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