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Professor de Direito acusado de assédio sexual é demitido

A decisão de demissão foi tomada pela Faculdade de Direito, mas ainda precisa ser oficializada pela reitoria.

Fonte: Com informações de Fernanda Calgaro, Paola Patriarca, g1 SP

Alysson Mascaro, professor da USP, foi demitido acusado de assédio (Foto: Reprodução)

A Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) decidiu demitir o professor Alysson Mascaro, afastado desde o início do ano após acusações de assédio e abuso sexual por parte de estudantes. A decisão, tomada na quinta-feira (11), ainda precisa ser oficializada pela reitoria da universidade, o que deve ocorrer nos próximos dias.

A defesa de Mascaro confirmou a demissão, mas afirmou que não foi intimada oficialmente e que recorrerá da decisão no âmbito administrativo, alegando irregularidades no processo. A sindicância interna, que iniciou após as denúncias publicadas em junho no site Intercept, apontou que os casos de assédio ocorreram entre 2006 e 2024. A acusação é de que Mascaro teria utilizado sua posição de professor para fazer promessas de orientação acadêmica e indicações profissionais, que posteriormente se transformaram em abordagens íntimas e tentativas de assédio físico.

Durante a sindicância, foram ouvidos relatos de dez alunos e ex-alunos, todos homens, que acusam Mascaro de assédio sexual, além de três mulheres, duas delas como vítimas de assédio moral. As denúncias descrevem um “modus operandi” comum: o professor iniciava conversas com promessas de apoio profissional, mas logo passava a enviar mensagens íntimas e fazer convites para encontros pessoais em sua residência, na região central de São Paulo, onde ocorreriam a maioria dos episódios.

Apesar das acusações, a defesa de Mascaro nega as alegações, chamando o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) de “expressão de lawfare” e criticando o procedimento como marcado por irregularidades graves e estruturais. Entre as irregularidades apontadas estão a omissão da administração da universidade, intimações irregulares e a condução do processo por procurador sem estabilidade. A defesa também questiona a fragilidade institucional e o boicote durante a votação na Congregação da Faculdade de Direito.

O Ministério Público de São Paulo abriu um inquérito em junho, sob responsabilidade da 1ª Delegacia Seccional de Polícia, para apurar as denúncias, mas, até o momento, Mascaro ainda não foi convocado para prestar esclarecimentos. A USP, procurada, informou que o processo é sigiloso e orientou que a reportagem procurasse a Faculdade de Direito para mais informações, mas a unidade não se manifestou até o fechamento desta matéria.

As investigações continuam, e a defesa de Alysson Mascaro promete buscar justiça no poder judiciário para reverter o caso.

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