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Região metropolitana de São Luís já registrou 50 assassinatos em 2021

A maioria das mortes ocorreu na capital maranhense, praticadas com uso de arma de fogo.

Fonte: Aidê Rocha

O ano de 2021 começou com o registro de um número elevado de assassinatos, na região metropolitana de São Luís. Do dia 1º de janeiro até a sexta-feira (12), segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA), foram registrados 50 crimes violentos letais e intencionais (CVLI).

O último deles, até o fechamento desta matéria, ocorreu em pleno dia, na Avenida Litorânea. A vítima foi um engenheiro de 30 anos, identificado como Bruno Vinícius Nazon Moraes Borges. Ele foi alvejado várias vezes por homens encapuzados e vestidos de preto, que chegaram ao local em um veículo branco. Ninguém foi preso ainda, mas a polícia trabalha com a hipótese de execução.

Somente em janeiro, foram 37 assassinatos. Esse mesmo mês, no ano passado, terminou com 28 homicídios. A maioria das mortes ocorreu na capital maranhense, foram com uso de arma de fogo e tiveram homens, com idades inferiores a 30 anos, como vítimas.

A guerra entre facções segue, segundo a polícia, sendo o principal fator de crimes dessa natureza na Grande Ilha. Uma dessas brigas, por exemplo, resultou na morte de Yuri Talison Alves Martins, de 23 anos, no dia 18 de janeiro, na Rua 24 de agosto, no bairro da Liberdade. Ele foi atingido com um tiro na cabeça por um membro de uma organização rival, que foi preso em flagrante.

JOVENS MORTOS EM SERRARIA

Outro crime relacionado à briga entre facções, com grande repercussão, ocorreu no dia 15 de janeiro, uma sexta-feira, no Residencial Albino Soeiro, zona rural de São Luís. Lá, três jovens foram mortos a tiros por membros de uma facção criminosa. As vítimas, segundo a Polícia Civil, trabalhavam em uma fábrica de caixotes de madeira, quando vários faccionados invadiram o local pelos fundos, em posse de armas de fogo e facões.

Franklin Oliveira Nascimento, de 21 anos; e Denilson Gomes da Silva, 20, foram alvejados com um tiro na cabeça. Ambos morreram na hora. Já Denis Filho Gomes da Silva, 19, baleado também na cabeça, foi socorrido pelo Serviço de Atendimento de Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado ao Hospital Clementino Moura, o Socorrão II, mas não resistiu aos ferimentos. Ele e Denilson são irmãos.

AUTORES IDENTIFICADOS

De acordo com o delegado George Marques, da Superintendência de Homicídio e Proteção à Pessoa (SHPP), vários desses 37 homicídios já tiveram seus atores identificados, e alguns, inclusive, foram capturados em cumprimentos a mandados de prisão e também em flagrante.

Entre as prisões, estão as dos dois autores da morte de Yara Cristina Alves Cardoso, de 25 anos, ocorrida dia 27 de janeiro, em São José de Ribamar. Horas depois do crime, Carlos Henrique Santos do Santos, de 18 anos; e Michael Trindade Rocha Filho, 19 anos; foram até a sede do 21º Batalhão de Polícia Militar,localizado na BR-135, onde afirmaram ser os responsáveis por esfaquear a vítima.

Eles se entregaram por determinação de líderes do Bonde dos 40, facção na qual fazem parte, visando não serem punidos pelo grupo. A dupla teve suas prisões temporárias decretadas e foram encaminhados ao Complexo de Pedrinhas.

LATROCÍNIOS

Dos 50crimes violentos letais e intencionais (CVLI), quatro estão sendo investigados, inicialmente, pela Superintendência de Homicídio e Proteção à Pessoa (SHPP) como latrocínio. Três deles ocorreram no mês de janeiro, em São Luís; e um em fevereiro, na cidade de São José de Ribamar. Este último, de acordo com o delegado Felipe César, diretor do Departamento de Proteção à Pessoa, responsável pelas investigações dos casos, as primeiras informações indicaram que a vítima foi abordada pelos suspeitos que anunciaram o assalto.

“Surgiu uma segunda versão de que ele teria envolvimento com tráfico de drogas e por isso foi morto. Não há certeza sobre isso e por enquanto estamos investigando como latrocínio”, pontuou.

No caso do latrocínio do tenente-coronel da Polícia Militar, Ronilson Gomes Pinto, ocorrido no Residencial Pinheiros, dia 28 de janeiro, um dos suspeitos foi localizado e preso. Leonardo Souza tem 30 anos, e era morador da Maiobinha.

Segundo o delegado, o indivíduo foi capturado na Avenida Beira-Mar, alguns metros da sede da SHPP, enquanto aguardava a noiva que estava prestando depoimento. Leonardo é proprietário e quem dirigia o veículo Peugeot cinza, usado na ação e abandonado logo após o crime.

Ele nega participação, entretanto foi reconhecido por uma testemunha. Os outros dois envolvidos no assassinato do militar seguem foragidos, tendo sido um deles já identificado pela polícia.

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