Amiga de jovem que cavou a própria cova em Timon pode ter sido assassinada

Familiares acreditam que as jovens que cavaram a própria cova foram mortas por saberem sobre o assassinato de Gisele Vitória da Silva Sampaio

Fonte: Da redação com G1

A família da adolescente Gisele Vitória da Silva Sampaio, de 17 anos, conhecida como “Sereia14′, desaparecida há mais de 50 dias, falou sobre as últimas mensagens da jovem antes de desaparecer em Teresina no dia 8 de março. Em uma das mensagens, a menina pediu para ver o filho de dois anos e disse que seria morta.

Além dela, outras quatro jovens desapareceram ou foram mortas em menos de dois meses em Teresina e a polícia civil está investigando os casos.

Uma das pessoas mortas foi a jovem Joyce Ellen, de 16 anos, obrigada a cavar a própria cova antes de ser assassinada, em 21 de março, em Timon. Joyce e Gisele eram amigas, segundo as famílias.

“Elas eram muito próximas, andavam juntas há muito tempo, gostavam de ir pra festas juntas. Giselle chegou a ir na festa de aniversário de 15 anos da Joyce e a mãe da Joyce seria madrinha do filho da Gisele. A gente acredita que elas [Joyce e Maria Eduarda] foram mortas porque sabiam algo sobre o desaparecimento da Giselle”, disseram familiares da garota.

Um vídeo que circulou nas redes sociais mostrava Joyce Ellen, de 16 anos e Maria Eduarda, de 17 anos, cavando uma cova e uma mulher perguntava: “Quem foi que pegou a irmã? A Sereia?”. Elas indicaram o nome de um rapaz, que ainda não foi apontado pela polícia, oficialmente, como suspeito de envolvimento no caso.

O Caso

Gisele desapareceu no dia 8 de março, depois de sair da casa da avó, na Zona Norte de Teresina. No último contato que a adolescente fez com a família, por mensagens, ela afirmou que seria morta e pediu para ver o filho, de 2 anos.

“Cadê o meu filho? Vão me matar”, foi a mensagem enviada por ela, segundo a mãe. A família de Giselle contou que percebeu mudanças no comportamento da menina meses antes do desaparecimento. A adolescente demonstrava estar angustiada e com medo, e havia revelado à mãe que estava sofrendo ameaças de morte, mas não quis dar detalhes sobre quem estaria ameaçando ou por quais motivos.

“A gente saía e ela estava o tempo todo olhando para os lados, com medo, assustada. Ela dizia ‘estou em uma situação difícil, vão me matar’, mas não dizia quem e nem porquê. A gente não sabe o que aconteceu e nem o que motivou isso. Quando a gente perguntava, ela dizia ‘me deixa’ e não deixava a gente ver o celular dela, que ela usava o tempo todo, sem dizer com quem estava falando”, declarou a família.

A família de Giselle acredita que ela foi sequestrada e assassinada, e vê indícios da relação do desaparecimento com as mortes de outras duas adolescentes achadas enterradas em Timon.

Vídeos e fotos em redes sociais mostravam Gisele com uma arma apontada para a cabeça, viva e, em sequência, já sem vida dento de uma cova.

Prisão

No dia 23 de abril, uma mulher foi presa no Rio Grande do Sul suspeita de ser a pessoa que comandou a execução de Joyce Ellen e Maria Eduarda. Segundo a investigação da Polícia Civil do Maranhão, a mulher era responsável pela manutenção da “disciplina” de uma facção criminosa.

No dia 23 de abril, a Polícia Civil divulgou o nome de um suspeito de participar da morte de Tatiana, identificado como Ryan Rodrigues Paiva. A Polícia Civil não confirmou, até o momento, que o suspeito seja a mesma pessoa envolvida nos dois casos.

Investigações

Luana Alves, delegada titular do núcleo de feminicídio do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa, informou que as investigações ainda não relacionam, necessariamente, os casos.

“Não podemos afirmar que estão relacionados, mas tudo está sendo investigado. Podemos dizer que as investigações dos casos da morte da Valdirene e da Tatiana já estão mais avançadas. No caso da Valdirene, apuramos que a morte estava relacionada com a participação dela em crimes. Quanto à morte da Tatiana, podemos até chegar à conclusão de um feminicídio, mas não posso afirmar isso por enquanto”, declarou.

As mortes de Joyce e Maria Eduarda estão sob responsabilidade da Polícia Civil do Maranhão, que tem atuado no caso em parceria com a Polícia Civil do Piauí. Uma mulher já foi presa suspeita de comandar as mortes das jovens, mas as investigações continuam.

Quanto ao desaparecimento de Gisele, a delegada Luana Alves informou que a família da jovem ainda será chamada a depor, para iniciar as investigações. A família recebeu informações de que o corpo da jovem estaria enterrado próximo ao local onde Valdirene foi achada morta, mas a polícia ainda não localizou.

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